Família do jovem morto durante ação da PM, para prender assaltantes, diz que mataram um inocente

Ismael Moray Flores, de 19 anos, estava na Rua Ágata, mesmo local onde a polícia estava atrás de um dos assaltantes

Foto: arquivo pessoal
Vídeo mostra ação policial que acabou em jovem morto em Foz do Iguaçu

De acordo com a família, Ismael  estava na Rua Ágata e voltava para casa na noite da última quinta-feira (27/04), quando foi atingido por cinco tiros, disparados pelos policiais. Naquela noite, equipes da PM estavam atrás de um fugitivo envolvido em um assalto à residência, localizada na mesma rua.

Quando a equipe da PM estava indo atender a ocorrência, cruzou por uma motocicleta, onde estavam dois homens, um deles sem capacete, que acabou fugindo na hora da abordagem. Kleberson Nunes Generoso, de 25 anos, que pilotava a moto, foi preso. A moto tinha queixa de furto e roubo, segundo a PM.

Outras equipes que estavam na área, conseguiram localizar o fugitivo, houve confronto com os policiais e ele acabou sendo atingido. Segundo a polícia, João Carlos dos Santos, de 35 anos, usava uma tornozeleira eletrônica.

Em entrevista, na última sexta-feira (28), o Capitão Andre Ribas, disse que no mesmo momento, nas proximidades, Ismael Flores, de 19 anos, estava correndo e também foi atingido por outra equipe que estava dando apoio.  De acordo com o Instituto Médico Legal (IML), um dos disparos atingiu a cervical e saiu no rosto de Ismael, outros quatro foram no tórax, atingindo um dos ombros e axilas. A mãe de Ismael, Clair Alves Fernandes Moray, disse que o filho tinha acabado de sair da casa dela. “Ficamos mais ou menos uma hora conversando. Nunca tive trabalho com ele. Nunca se envolveu com nada de errado. Nunca teve passagem pela polícia. Acho que na hora, na troca de tiros ele se assustou e correu. Tô sem ânimo pra recomeçar. Eu quero justiça”, disse Clair.

Hoje, a partir das 16hs, moradores vão fazer uma manifestação em frente ao Batalhão de Polícia Militar, na Avenida General Meira.

Os policiais envolvidos nos confrontos passaram por uma avaliação psicológica e foram afastados das funções até o fim do inquérito policial militar.

Em nota, a Polícia Civil informou que a equipe da delegacia de homicídios esteve no local, acompanhou os trabalhos periciais e realizou diligências preliminares. Ainda na sexta-feira, policiais começaram a ouvir as testemunhas. A equipe também já está analisando as imagens de câmeras de segurança que vão ajudar a esclarecer os fatos.

 

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