Naturalista Polonês sepultado no Parque Nacional será lembrado em missa em Foz

Uma missa em memória do naturalista polonês Tadeusz Chrostowski será rezada na Igreja Bom Jesus do Migrante (Vila Portes), em Foz do Iguaçu, neste sábado, 15, às 19h. O naturalista é reconhecido como o patrono da ornitologia no Paraná pela sua contribuição à ciência graças à descrição de centenas de aves do estado publicada em artigo científico em 1911. Pelo menos 52 táxons, diferentes categorias como espécies ou gêneros de aves, foram acrescentadas à lista de pássaros do estado. A celebração é aberta a todas as pessoas que queiram saber um pouco mais sobre essa história e deverão participar descendentes de poloneses da cidade de Virmond (PR) e de outras cidades do estado.

Biógrafo do naturalista, o pesquisador de ornitologia brasileiro, Fernando Straube, escreveu: “A modesta – porém exaustiva – coletânea, preparada por ele [Tadeusz Chrostowski] com base em suas viagens entre 1910 e 1911, é considerada a primeira obra publicada versando exclusivamente sobre avifauna e unicamente sobre o estado do Paraná”. O biógrafo, que mora em Curitiba, virá a Foz do Iguaçu para a homenagem, assim como o pesquisador, historiador e professor Maurício Dezordi, de Matelândia, que encontrou o túmulo do polonês em 2020/2021. “Eu soube do túmulo por meio de um relato e, também, pesquisando o diário de Tadeusz Chrostowski,” conta ele, que luta pela restauração do monumento construído pela comunidade polonesa no local e pela criação de um memorial histórico e cultural em memória ao patrono da ornitologia do Paraná.

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Dez anos após a publicação do artigo, em dezembro de 1921, o polonês Tadeusz Chrostowski já como chefe da Seção de Pássaros Neotropicais do Museu Zoológico Nacional em Varsóvia, capital da Polônia, embarca rumo ao Paraná para uma nova expedição. Desta vez ele veio com mais dois profissionais da ciência. Vieram com Chrostowski, Tadeusz Jaczewski, professor de entomologia na Universidade de Varsóvia e assistente na expedição, e Estanislau Borecki, profissional da área de zoologia e taxidermista da expedição.

Em carta de Chrostowski, escrita para o médico e naturalista Jozéf Czacki, radicado no Paraná, o polonês disse que a expedição duraria dois anos. A expedição passou 1922 inteiro percorrendo o Paraná. Infelizmente, a viagem foi interrompida em abril de 1923. Chrostowski morreu na localidade de Pinheirinhos (atualmente, Matelândia), então parte de Foz do Iguaçu nas dependências de um posto telegráfico na Estrada do Telégrafo, Estrada Guarapuava-Foz do Iguaçu. A causa da morte foi a malária que ele havia contraído em Porto Mendes, às margens do Rio Paraná.

A expedição ficou reduzida a Jaszewski, já que Borecki havia decidido fixar-se no Paraná. O sobrevivente prosseguiu rumo à antiga Colônia Amola Faca, hoje Virmond, onde recebeu tratamento contra a mesma doença na casa do médico e naturalista Jozéf Czacki. Jaczewski morreu na Polônia, em 1974, onde teve uma longa carreira na área de insetos.

 

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