Educadores da rede municipal de Foz aprovam indicativo de greve por falta de reajuste salarial

Profissionais da educação da rede pública municipal de Foz do Iguaçu aprovaram indicativo de greve em assembleia geral realizada na última sexta-feira (27), às 15h, na Escola Municipal Santa Rita de Cássia. A assembleia foi convocada pelo Sindicato dos Professores e Profissionais da Educação da Rede Pública Municipal de Foz do Iguaçu (Sinprefi), reuniu mais de 200 educadores e ocorreu depois de uma reunião de quase três horas com o prefeito Chico Brasileiro, no gabinete, ainda na manhã de sexta.

“Estamos programando uma série de atos pacíficos e mobilizações para demonstrar, também à comunidade, todo o descontentamento dos profissionais da educação em relação a essa desvalorização que estamos enfrentando”, comunicou a presidente do Sinprefi, Viviane Jara Benitez. A decisão foi informada à prefeitura via ofício em que foi solicitada apresentação de uma nova proposta até dia 3 de fevereiro (sexta-feira) quando haverá nova assembleia para deliberar sobre o indicativo de greve.

Na reunião da última sexta-feira (27) com o prefeito Chico Brasileiro, com o secretário de administração, Nilton Bobato, com a secretária de educação, Maria Justina da Silva, com o diretor de Gestão Orçamentária, Darlei Finkler e com vereadores, os líderes sindicais buscavam posicionamento para o pagamento de retroativos referentes às progressões verticais atrasadas desde 2020 (quando educador apresenta diploma de graduação, pós-graduação ou mestrado) que já somam quase R$ 9 milhões.

Também questionaram quando será feito o pagamento de 4,89% que ainda restam para que o piso salarial de Foz do Iguaçu alcance o piso nacional do magistério de 2022 (R$ 3.845,63), levando-se em conta que não houve valorização salarial nos anos de 2020 e 2021 devido à pandemia.

A pauta da reunião continha, ainda, o início das negociações para o reajuste do piso salarial deste ano, com reposição definida pelo Ministério da Educação em 15% (R$ 4.420,55); progressões protocoladas em 2022 que ainda não foram implementadas; vale-alimentação para todos os servidores, com calendário de implantação; pagamento do prêmio do Ideb para profissionais que atuavam na unidade escolar quando a prova foi aplicada e agora estão aposentados; entre outros temas.

O prefeito Chico Brasileiro alegou que ainda está cedo para dar qualquer posicionamento sobre pagamentos aos servidores da educação. Ele explicou que o município de Foz do Iguaçu terá perdas de arrecadação em relação ao ICMS da energia elétrica, por exemplo, e que isso afeta as decisões. “Nós estamos em janeiro, é o mês de maior incerteza, porque não sabemos os cenários que irão se apresentar,” disse ele.

Apesar desse posicionamento, logo depois da reunião e antes que iniciasse a assembleia convocada pelo sindicato, na sexta-feira (27) à tarde, a prefeitura encaminhou um ofício se comprometendo a pagar as progressões verticais atrasadas de 2020 e 2021 em parcela única, com pagamento da competência março de 2023. Referente à implantação das progressões protocoladas em 2022 não houve proposta.

“Reafirmo o compromisso assumido pelo prefeito de voltar à mesa de negociação com a categoria no final do mês de fevereiro”, trazia o documento assinado por Nilton Bobato. Em relação ao piso nacional de 2023, o secretário de administração informou, no ofício, que “na primeira semana de fevereiro será encaminhado para a Câmara de Vereadores, Projeto de Lei atualizando o Piso Nacional do Magistério de 2023, na forma de completivo salarial, com efeitos retroativos a janeiro”.

Para a presidente do Sinprefi isso é um retrocesso: “O completivo não é salário. Esse valor não é incorporado ao nosso salário-base, sofre incidência de imposto de renda e de imposto previdenciário e não beneficia todos os profissionais, somente é concedido aos servidores em início de carreira. À medida que as progressões são implementadas, o valor do complemento diminui, ou seja, não há de fato reajuste”, argumentou Viviane Jara, relembrando que o pagamento já foi feito desta forma no ano passado e gerou muito descontentamento.

 

Sair da versão mobile