Operação Padrão: Mais de 3 mil caminhões já estão represados na Tríplice Fronteira

Vermelho e Acifi acionam ministros para tentar resolver o problema; Sindifoz diz que prejuízos ultrapassam R$ 3,8 milhões por dia

Na reunião com Vermelho os dirigentes da Acifi Faisal Ismail, Valter Venson, Mário Camargo, Danilo Vendrúscolo, Dimas Bragagnolo e o chefe de gabinete Sérgio Beltrame.

Uma reunião de emergência foi realizada entre dirigentes da Acifi com o deputado Federal Vermelho para buscar uma saída para o impacto negativo provocado pela Operação Padrão deflagrada no início de dezembro pelos auditores da Receita e fiscais do Ministério da Agricultura.

Durante a reunião, o diretor de Comércio Exterior da Acifi, Mário Camargo, explicou que é a primeira vez que as duas categorias promovem a operação ao mesmo tempo impactando negativamente o agronegócio e o setor de transporte de cargas. Camargo disse que é preciso que o governo retome as negociações com os sindicatos das duas categorias para acabar com essa queda de braço e chegar a um denominador comum.

Tanto a Acifi como o deputado Vermelho já enviaram ofícios aos ministros da Economia, do Planejamento e da Agricultura pedindo uma solução urgente para o problema que se agrava a cada dia. “O transtorno é muito grande e os prejuízos são incalculáveis. Precisamos restabelecer o diálogo e resolver isso rapidamente para o setor fluir normalmente”, pontuou o deputado.

Se o problema não for resolvido rapidamente, Vermelho deverá marcar uma audiência das lideranças iguaçuenses com o chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira. Vermelho observou as filas que se formam na região de fronteira e ficou sensibilizado com o sofrimento dos caminhoneiros. “Além da questão financeira, temos o problema dos motoristas que sofrem vários dias nessas filas intermináveis, sem banheiro e sem alimentação”, diz o deputado.
Os caminhoneiros temem abandonar seus veículos porque ladrões podem roubar ferramentas, pneus e até mercadorias. “Eu já fui caminhoneiro e sei o que é ficar parado em uma fila”, acrescenta.

Prejuízos
O presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários, Rodrigo Ghellere, afirmou que somente com as diárias de caminhões os prejuízos chegam a R$ 3,8 milhões por dia. Além disso, os prazos não são cumpridos, multas são impostas e há uma série de custos adicionais que aumentam os prejuízos e os transportadores ficam estrangulados. Muitos já não sabem como pagar seus compromissos.

“Estamos com mais de 3 mil caminhões represados neste momento. O porto seco está lotado, caminhões amontoados nos postos de gasolina, as filas na BR-277 são enormes e os portos de Ciudad del Este estão completamente lotados. Nós estamos desesperados”, frisa Ghellere.

Existia um trabalho noturno que agilizava a liberação das cargas, mas o sistema também acabou sendo prejudicado. “Antes dessa operação o caminhoneiro fazia até três viagens por semana. Agora faz uma a cada dez dias”, diz Mário Camargo.

Ele acrescenta que o reflexo de tudo isso virá nas gôndolas dos supermercados porque a demora nas filas acaba encarecendo os produtos. A situação é a mesma em Guaíra, Santa Helena e outras cidades de fronteira com o Paraguai. O Paraguai tem um acordo para utilizar os portos de Santos e Paranaguá para exportar sua produção. Com a operação Padrão o acordo acaba sendo prejudicado e o país fica em situação difícil porque não pode utilizar suas hidrovias em função da estiagem.

Fórum Internacional de Infraestrutura e Logística
Vermelho se comprometeu em apoiar a realização do 1º Fórum Internacional de Infraestrutura e Logística Sustentável que será realizado em Foz do Iguaçu.
Com patrocínio da Itaipu Binacional, o evento será realizado de 19 a 21 de maio, devendo receber cerca de mil participantes. O fórum reunirá representantes da Argentina, Brasil, Chile, Paraguai, Uruguai e de outros países, sendo pioneiro na América do Sul a discutir a infraestrutura e a logística pelo viés multimodal.

“Vamos debater a nova rota bioceânica, que passará por Foz do Iguaçu e as Três Fronteiras, investimentos em modais de transporte, novo porto seco e a desburocratização das fronteiras”, explicou o coordenador do fórum e vice-presidente da ACIFI, Danilo Vendruscolo.

Assessoria

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