Paraguaios celebram o dia da padroeira Nossa Senhora de Caacupe

Milhares de fiéis amanheceram na cidade de Caacupé, onde fica a Basílica da Virgem. Imagem: ABC Color

Os paraguaios celebram neste 8 de dezembro, o Dia de Nossa Senhora de Caacupé, a “Virgem dos Milagres”, padroeira do país. Nesta data, milhares de fiéis se reúnem em volta da Basílica de Caacupé, na cidade de Caacupé, à 53 quilômetros da capital Assunção.

Em 2015, o Papa Francisco esteve na cidade considerada a “capital espiritual do Paraguai, onde elevou o Santuário da à categoria de Basílica Menor.

Nesta quarta-feira (8), o bispo de Caacupé, Dom Ricardo Valenzuela, disse em seu sermão à milhares de fiéis, que é preciso lutar contra a corrupção.

“Oramos com as famílias na dor que sofrem pelas perdas de seus entes queridos. Oramos em especial estima e gratidão aos profissionais da saúde. Por todos aqueles que cuidam dos doentes nos hospitais e lares com tanta dedicação e generosidade. Rogamos a Deus pela graça de superar a pandemia. Reconhecemos com louvor a Deus e gratidão aos passos dados, mas devemos seguir cuidando a vida e a saúde com responsabilidade”, disse Dom Valenzuela.

História da Virgem de Caacupé

Caacupé é uma palavra guaraní que significa ‘detrás dos montes’ e nome da bela cidade da Cordilheira dos Altos, no Paraguai. Situada a cinqüenta e três quilômetros da capital Assunção, possuí uma das mais lindas paisagens do país e é considerada a Capital Espiritual da República, porque na sua Basílica se venera a Virgem de Caacupé, padroeira da nação.

Segundo a tradição a cidade nasceu em torno desta devoção mariana. Consta que em 1600, um índio convertido pelos franciscanos, exímio escultor, vivia numa pequena aldeia próxima do povoado de Tabotí. Certo dia ele andava pelas montanhas quando foi capturado pelos temidos índios Mbayes, uma tribo ainda pagã. Mas conseguiu escapar e escondeu-se atrás de um gigantesco tronco.

Nestes momentos de aflição e angústia, rezou com fervor à Virgem Imaculada para sair vivo dalí. Enquanto esperava prudentemente o tempo passar, esculpiu duas imagens da Virgem Maria: uma grande para colocar na igreja de Tabotí e uma menor para sua devoção pessoal.

Durante a grande enchente do Lago Tapaicuá, em 1603, todo o vale de Pirayú foi inundado e a força das águas arrastou tudo por onde passava. Surpresos, os habitantes da pequena aldeia e o índio escultor trataram de retirar as crianças, os velhos e os mais fracos. Depois não conseguiram salvar mais nada, nem mesmo a pequena imagem de Nossa Senhora que viram ser levada pela correnteza.

Quando as águas recuaram, eles pensaram em abandonar o local, pois as casas estavam quase destruídas. Entretanto desistiram ao constatar que a imagem da Santíssima Virgem milagrosamente voltara ao mesmo lugar.

Os habitantes reconstruíram a aldeia e começaram a propagar o culto de Nossa Senhora dos Milagres. Outro índio, carpinteiro de profissão, construiu uma pequena capela onde a imagem milagrosa foi colocada no altar, e passou a ser cultuada com o nome de Nossa Senhora dos Milagres de Caacupé.

Ao longo do tempo essa igreja sofreu várias reformas e ampliações, ganhou vários anexos e chegou à arquitetura do atual Santuário mariano. Nossa Senhora dos Milagres de Caacupé é venerada anualmente no dia 08 de setembro. A população lhe dedica uma gratidão tão grande que a padroeira é carinhosamente chamada de Virgem Azul do Paraguai.

Não existe nenhum registro histórico sobre a imagem maior cultuada na igreja de Tabotí, talvez tenha sido levada e destruída pelos índios Mbayes, num dos saques que fizeram contra esse templo. A identidade e o paradeiro do índio cristão escultor permanecem incertos.

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