Itaipu e Copel em parceria colocam microrrede em operação no oeste do estado

Projeto pioneiro no País vai permitir que uma propriedade rural forneça energia para rede, em eventual falha no sistema de distribuição.

Foto: Marcos Labanca/Cibiogás

Um projeto que gera energia a partir do biogás desde 2006 no Oeste do Paraná agora dá mais um passo importante na inovação tecnológica e de operação para a geração descentralizada de energia elétrica, a chamada geração distribuída.

A Granja Colombari, em São Miguel do Iguaçu, por meio de uma parceria entre Copel e Itaipu vai formar uma rede de abastecimento para si e outras três unidades vizinhas, ampliando a segurança energética do campo.

Com a implantação da microrrede, em uma eventual falha no sistema da Copel, a unidade geradora poderá alimentar a área durante o período de contingência. Um teste da operação foi realizado com sucesso há duas semanas, como resultado de um trabalho de três anos, viabilizado por um protocolo de intenções firmado entre a concessionária de distribuição e a usina binacional.

Agora, um acordo de operação está sendo celebrado entre o cliente autogerador, o PTI e a Copel, com o objetivo de estabelecer os procedimentos operativos e garantir a segurança. O CIBiogás também é parceiro da iniciativa.
“Este é um projeto que estamos tratando com bastante atenção, pois entendemos ser um ponto chave para o aproveitamento máximo da geração distribuída, principalmente na área rural”, afirma o superintendente de Smart Grid e Projetos Especiais da Copel, Julio Omori.

“A Itaipu buscou, por meio desse projeto, atender a dois de seus objetivos estratégicos: a preservação dos recursos hídricos da região, necessários para a produção de energia, e o emprego de fontes de energia renovável, visando a diminuição da poluição ambiental”, afirma o diretor de Coordenação da Itaipu, general Luiz Felipe Carbonell. “Ao utilizar rejeitos da cadeia local de proteínas para a produção de bioenergia, e o aproveitamento dessa geração de forma distribuída por meio de um microgrid, preserva-se a natureza e assegura-se a disponibilidade de energia ao produtor, de forma complementar à rede pública”, completa.

Sustentabilidade
O projeto dá destino aos dejetos suínos da propriedade, que faz divisa com o Parque Nacional do Iguaçu. As fezes e urina dos porcos vão para um tanque e durante 20 a 30 dias passam por um tratamento para deixar de serem poluentes, reduzindo em 90% a emissão de gases que contribuem para o efeito estufa. No final do processo, são gerados dois produtos ecológicos: o biogás, destinado à geração de energia elétrica, e o biofertilizante, que vai para a plantação.

Com a implantação desse sistema, a propriedade rural em questão transformou um passivo ambiental em fonte de energia, que adicionalmente substituiu o uso de óleo diesel para tocar o maquinário. Agora, os próprios resíduos da produção garantem a energia que move toda a produção, e o excedente é injetado na rede da Copel. O rebanho da propriedade tem aproximadamente 5 mil suínos e 350 bovinos para pecuária de corte, cujos dejetos alimentam uma miniusina com potência instalada de 75 kW (quilowatts).

Assessoria PTI

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