Mulheres de Foz do Iguaçu encontram acolhimento nos Clubes de Mães

São mais de 700 mulheres que se reúnem semanalmente, em diversos grupos pela cidade, para aprender e fazer amizades

Fotos: Welyton Manoel

Há 20 anos, a artesã Anaide Daroz lutava contra a depressão após o falecimento do marido. Neste período difícil, passou a frequentar as reuniões dos Clubes de Mães de Foz do Iguaçu, onde pôde fazer amizade com outras mulheres e ainda aprender novas funções. Desde então, nunca mais deixou as amigas e hoje é a coordenadora do grupo, que se encontra no Jardim Novo Horizonte.

“Era algo que me fazia muito bem, tanto que há 15 anos o grupo se reúne na minha casa e faz todas as atividades aqui, como se fôssemos mesmo uma grande família que se ajuda. Ouvimos umas às outras e conversamos sobre tudo. Tem dias que nem fazemos atividades, apenas sentamos para saber qual é a situação de cada pessoa”, disse a artesã.

O grupo de Anaide integra os 70 Clubes de Mães que existem em Foz do Iguaçu. Segundo a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Relações com a Comunidade, responsável pela organização das atividades, são mais de 700 mulheres que participam semanalmente do projeto, em todas as regiões da cidade.

Conforme conta a coordenadora do projeto, Myrian Bervian, são atendidas, de forma direta ou indireta, em torno de 3500 famílias. “Temos as mães que frequentam e participam das oficinas e palestras. Outras atendemos por meio da parceria com o Banco de Alimentos, doando frutas e verduras, além de assistir às famílias em situação de vulnerabilidade com a parceria da Padaria Solidária”, destacou.

“Todas essas mulheres são pessoas incríveis, que se dedicam para que o projeto aconteça, sendo útil para ensinar, acolher e ouvir as necessidades. Trata-se de um trabalho lindo, que merece ser visto por todos”, salientou a secretária da pasta, Kelyn Trento.

Novos ensinamentos
Quem também encontrou uma nova inspiração no Clube de Mães foi Marta de Souza. Depois de dedicar 35 anos ao ofício de ensinar, se aposentou como professora do município e decidiu inverter a posição, tornando-se aluna.

Ela é uma das dez mulheres do clube Novo Horizonte que iniciaram as aulas de pintura em tecido, oferecidas em parceria com a Fundação Cultural, acompanhadas por uma professora que ensina o passo a passo da função.

“Eu estava aposentada e queria ocupar a minha mente, foi assim que conheci as meninas e há dois anos eu frequento e aprendo coisas novas. Não sabia pintar e agora estou aprendendo, também já fiz crochê, artesanato, além da convivência que é muito boa. Eu estou amando”, disse a aposentada.

Todas as oficinas funcionam como uma grande parceria. Para aprender mais sobre a pintura em tecido, a coordenadora do Clube de Mães Novo Horizonte 2, Cleusa Aparecida, está frequentando as aulas do grupo vizinho para levar o conhecimento a mais mulheres.

“O que eu aprender aqui vou passar para elas, pois estamos aqui para isso. Quando uma não sabe, a outra ensina, e assim vai. Lá nós somos em 20 mulheres e estamos sempre buscando mais cursos para deixar o clube ainda mais interessante”, contou Cleusa.

Reinício dos trabalhos
Por conta da pandemia da Covid-19, as atividades dos clubes foram paralisadas e estão sendo retomadas gradativamente. A pausa foi muito sentida pelas participantes, já acostumadas a estarem juntas semanalmente.

“Foi mais de um ano sem ver as meninas juntas, isso afetou muito. Sentíamos muita falta delas, além de ficarmos preocupadas, porque muitas, infelizmente, tiveram coronavírus. Mas mantíamos as conversas para saber se alguém estava precisando de qualquer coisa. As participantes mais idosas ainda não voltaram, porém agora as visitamos e levamos as atividades nas casas, assim continuamos juntas”, contou Anaide.

Loja do Clube de Mães
Tudo aquilo que elas aprendem pode se transformar em produtos rentáveis. Os lindos artesanatos confeccionados são levados para a lojinha do Clube de Mães no Terminal de Transporte Urbano (TTU), em espaço cedido pelo Instituto de Transporte e Trânsito de Foz do Iguaçu – Foztrans. O dinheiro das peças vendidas é destinado integralmente para quem as produziu, o que complementa a renda dessas mulheres.

No local, é possível encontrar tapetes, toalhas de mesa, sousplat de crochê, panos de prato, mantas, biscuits, cachecóis, sapatinhos de crochê, toucas, almofadas, entre outros produtos.

Os trabalhos também podem ser vistos pela página da Associação dos Clubes de Mães no Facebook.

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