Agentes de Endemias elegem encarregados de equipe no CCZ

O processo a partir de votação é uma novidade no órgão; gestão da Saúde Municipal busca o alinhamento de metas entre servidores e otimização dos serviços prestados para a população

Vinte Agentes de Combate as Endemias do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) foram eleitos para os cargos de encarregados das equipes que fazem vistoria ambiental em todas as regiões da cidade. São dez encarregados, titulares e respectivos suplentes, escolhidos entre cerca de 80 servidores do órgão, pelas próprias equipes que atuam a campo. A eleição interna aconteceu no mês de junho, após reunião entre o órgão, o Sindicato dos Servidores Municipais de Foz do Iguaçu (Sismufi) e a Secretaria Municipal da Saúde.

Cerca de 35 agentes colocaram o nome à disposição para coordenar os trabalhos de campo executado por oito equipes, com cerca de 10 integrantes cada. O processo de indicação dos encarregados a partir de sufrágio é uma novidade no CCZ. Com os encarregados escolhidos pela equipe, a secretária de Saúde, Rosa Jeronymo, busca alinhar as metas estabelecidas para o próximo ano epidemiológico e otimizar o trabalho de vigilância ambiental.

Os eleitos foram apresentados na sexta-feira (23) e, durante esta semana, passaram por um treinamento com orientações e algumas noções de prática de liderança. “O nosso foco na gestão é equacionar as demandas da cidade, sempre em sintonia com a nossa elementar ferramenta, que é o servidor público”, disse a secretária. “Dar oportunidade para que eles escolham seus encarregados, por empatia e capacidade de gerenciamento, é uma forma que encontramos para alcançar a excelência nos serviços prestados”.

Rosa Jeronymo acrescenta que os agentes de endemia fazem um trabalho relevante junto à população. Trabalham de acordo com as premissas da política de Saúde Única que trata a saúde humana, do animal e o meio ambiente de forma harmônica e equilibrada.

“Uma depende do outra. Hoje, os agentes de endemia não visitam as residências apenas para buscar focos de dengue. Fazem uma vistoria bem mais abrangente e buscam esse equilíbrio. Quanto mais qualificado e bem orientado for o servidor, menos teremos problemas endêmicos na cidade”, conclui.

Nesta quarta-feira (28), às 18h30, a secretária Rosa Jeronymo fará uma live no seu Instagram para explicar as atividades do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e falar sobre os resultados desse trabalho.

CCZ Foz
O Centro de Controle de Zoonoses Dr. Dorival Jorge Junior, de Foz do Iguaçu, é subordinado à Diretoria de Vigilância em Saúde, da Secretaria Municipal da Saúde.

Suas ações junto à comunidade são desenvolvidas através do manejo, controle e orientações referentes a situações de risco para a saúde humana, animal e do ambiente, seguindo critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização Pan Americana da Saúde (OPAS), Ministério da Saúde e Secretaria Estadual da Saúde do Paraná.

Conforme esclarece a supervisora técnica da Divisão de Controle de Zoonoses, Renata Defante Lopes, o órgão atua com sete coordenações – primárias e secundárias – que, entre outras atribuições, estão o controle de zoonoses, vetores, manejo da Fauna Sinantrópica Nociva e de Vigilância Ambiental.

“Cada uma tem um foco e os agentes olham isso como um todo. Por isso a importância da população receber o agente de endemia na sua casa”, orienta.

Coordenações
A Coordenação de Vetores tem como meta a prevenção e controle das doenças transmitidas por vetores, dentre elas a principal é a dengue. Já a de Manejo de Fauna Sinantrópica Nociva orienta a respeito de escorpiões, aranhas, serpentes, com o objetivo de evitar que aconteçam acidentes com esses animais.

No âmbito da Vigilância Ambiental, os agentes trabalham no monitoramento da qualidade da água, como cloramento e se está própria pra consumo e numa qualidade aceitável. Vistoriam hotéis, aeroportos, rodoviária, shoppings e, ainda, fazem a verificação de poços artesianos.

Na área de Zoonoses, a raiva e a leishmaniose canina concentram os principais registros. São os agentes de endemias que orientam quais as medidas o cidadão deve tomar em caso de suspeita da doença nos animais de estimação, quando e onde procurar os serviços de saúde.

Outra frente importante dos trabalhos são as atividades do CCZ Rural, onde as equipes levam toda essa gama de serviços para esses moradores, uma vez que na área rural também ocorrem com bastante frequência os acidentes com animais peçonhentos e outros agravos.

Reconhecimento
As técnicas de Saúde Única desenvolvidas no CCZ de Foz do Iguaçu foram referendadas pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná e pela rganização Pan-Americana de Saúde (OPAS).

O reconhecimento da OPAS foi publicizado a partir do artigo “A adoção da abordagem Saúde Única para melhorar a vigilância de acidentes com animais peçonhentos, doenças transmitidas por vetores e zoonoses”, divulgado na revista PLOS neglected tropical diseases, uma das publicações mais conceituadas no mundo. O artigo trouxe uma explanação da abordagem de vigilância adotada no município de Foz, onde a OPAS citou o trabalho como exemplo de iniciativas bem sucedidas com base nos princípios One Health, na América.

Em 2020, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná criou, através da Resolução CRMV-PR nº 7/2020, o Prêmio Clotilde de Lourdes Branco Germiniani de Saúde Única. A premiação reconhece médicos veterinários e instituições que tenham se distinguido de forma notável por trabalhos ou ações com interface em duas ou mais áreas da Saúde Única (saúde animal, saúde humana e saúde ambiental). No ano de 2019, o CCZ recebeu uma indicação para concorrer a essa premiação na categoria Destaque “One Health” (destaque geral), na qual foi premiado como Destaque em Políticas Públicas.

PMFI

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