Em mais uma visita ao Paraná, Bolsonaro assina pacote de obras financiadas pela Itaipu

Os investimentos da binacional em obras estruturantes já somam mais de 1,4 bilhão no Estado, em especial no Oeste, região de abrangência da usina.

Foto: Rubens Fraulini/Itaipu Binacional

O presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, anunciou e autorizou, nesta sexta-feira (6), em Renascença (PR), uma série de ordens de serviços de obras que serão financiadas pela margem brasileira da usina de Itaipu – entre elas, a restauração, implantação e pavimentação da BR-487, a Estrada Boiadeira, antigo sonho de ligação do Paraná à rota bioceânica.

Para esta obra, a parceria envolve o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), o governo do Paraná (por meio do Departamento de Estradas de Rodagem, DER-PR) e a Itaipu Binacional. Os recursos de R$ 223,8 milhões serão financiados pela margem brasileira da usina. O projeto prevê restauração, implantação e pavimentação, com obras de arte especiais, incluindo pontes e viaduto.

Também foram assinados os planos de trabalho de outros três convênios: supervisão, implantação e pavimentação da Rodovia BR-163 (contorno de Guaíra); execução das obras de adequação de capacidade da Rodovia BR-163 (contorno Oeste de Cascavel); e a revitalização da Ponte Ayrton Senna, em Guaíra.

No total, o pacote de obras financiadas pela margem brasileira de Itaipu reúne 31 empreendimentos, com investimentos de mais de R$ 1,4 bilhão, provenientes de recursos realocados em um ano e oito meses, desde que o general Joaquim Silva e Luna assumiu a Diretoria Geral Brasileira da empresa. Somente o termo de compromisso para as quatro obras (na Estrada Boiadeira, contorno de Cascavel, contorno de Guaíra e Ponte Ayrton Senna) assinado nesta tarde de sexta-feira somam R$ 417,38 milhões em recursos da Itaipu.

Os convênios foram assinados durante inauguração da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Bedim, em Renascença. O evento é também simbólico para a Itaipu, pois marca a inauguração de uma produtora de energia que vai movimentar a economia com a geração direta e indireta de empregos – da mesma forma que a binacional, que, em maior escala, também tem esse papel, indo além da sua atividade-fim (gerar energia).

A cerimônia reuniu ainda o ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes; o ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça; o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior; o diretor-geral brasileiro da Itaipu, general Joaquim Silva e Luna; e o diretor de Coordenação da usina, general Luiz Felipe Carbonell, entre outras autoridades.

Melhor parceria em infraestrutura

Durante a solenidade, o presidente Jair Bolsonaro ressaltou o “ótimo relacionamento com o governador Ratinho Júnior”. “Inclusive tenho na Itaipu não apenas um diretor, mas alguém que atua também como um ‘secretário do governador Ratinho'”, disse, referindo-se ao diretor-geral brasileiro, Joaquim Silva e Luna, e às parcerias envolvendo a usina e o governo do Paraná. “O general foi a melhor escolha que poderia ter feito para o cargo. Tem pulso firme e tem feito um trabalho de excelência. Por isso está dando resultado.”

Ao cumprimentar as autoridades, o ministro Tarcísio Gomes de Freitas disse que veio à inauguração da PCH especialmente por causa do general Silva e Luna. “Já que viemos celebrar, vale destacar que temos com o Paraná a melhor parceria da área de infraestrutura”, disse o ministro, lembrando dos investimentos da Itaipu em obras estruturantes “que já somam R$ 1,4 bilhão”.

O governador Ratinho Junior destacou o fato de o Paraná “ser o estado mais visitado pelo presidente” e boa relação como governo federal. “Pedimos ao ministro Tarcísio e ao general Silva e Luna para ajudar o Paraná a dar um grande salto. Perdíamos muito. Não ganhamos ICMS com a exportação de energia. Hoje, parte disso é revertida para o Estado. Estamos sendo compensados com essa gestão eficiente. Obrigado, presidente Bolsonaro.”

Silva e Luna lembrou que “contribuir com o desenvolvimento sustentável no Brasil e no Paraguai é parte da missão institucional da Itaipu”. “E essa missão vem sendo cumprida à risca também por meio do apoio às obras estruturantes. Tudo isso com foco na eficiência da gestão e na alta produtividade da atividade fim (geração elétrica), sem aumento da tarifa de energia”, afirmou.

Estrada Boiadeira

A partir desta sexta-feira (6), começa a contagem regressiva para a conclusão da Estrada Boiadeira, um antigo sonho de futura ligação do Paraná à rota bioceânica, entre os oceanos Atlântico e Pacífico. Serão 900 dias, ou seja, dois anos e quatro meses, para a entrega da obra. Será feita uma medição do que já foi executado para dar continuidade à construção da estrada.

O projeto da rodovia contempla a pavimentação de quase 47 quilômetros de pista, incluindo 9,7 quilômetros no contorno sul de Icaraíma, 4 quilômetros no contorno Noroeste de Santa Elisa, melhorias de acesso e infraestrutura de escoamento de água.

A BR-487 ficou conhecida como Estrada Boiadeira por estar diretamente ligada à história dos tropeiros que, no século passado, traziam gado comprado em Mato Grosso do Sul para engordar no Paraná.

O trecho liga os municípios de Icaraíma (Porto Camargo) e Umuarama (Serra dos Dourados), no Noroeste do Paraná. No futuro, a rodovia fará a interligação com o Corredor Bioceânico, uma rodovia de mais de 2,4 mil quilômetros entre Campo Grande (MS) e o Porto de Antofagasta, no Chile.

O corredor permitirá a conexão dos portos brasileiros de Santos (SP) e Paranaguá (PR) ao Norte do Chile, reduzindo em até duas semanas o tempo de viagem das exportações do Brasil até os países do Oriente, principalmente China, Japão e Coreia do Sul.

A Estrada Boiadeira ligará o Noroeste do Paraná à cidade de Porto Murtinho (MS), ponto de conexão com o Corredor Bioceânico. A rodovia está dentro da área de abrangência da bacia do Rio Ivaí, que desemboca no Rio Paraná e é importante pela sua contribuição ao reservatório da hidrelétrica binacional.

Sexto encontro com Silva e Luna

Em 18 meses à frente da Diretoria Geral Brasileira de Itaipu, este é o sexto encontro entre o general Silva e Luna e o presidente Bolsonaro. Dos cinco anteriores, três ocorreram Foz e dois em Brasília (DF).

Em Foz, o presidente esteve em 26 de fevereiro de 2019, durante a posse do general como diretor-geral brasileiro de Itaipu; em 10 de maio do mesmo ano, para o lançamento da pedra fundamental da Ponte da Integração Brasil-Paraguai; e em agosto de 2020, para o lançamento da pedra fundamental da duplicação de um trecho de 8,7 quilômetros da BR-469, a Rodovia das Cataratas. As suas obras também são financiadas pela Itaipu.

A Itaipu

Com 20 unidades geradoras e 14 mil MW de potência instalada, a Itaipu Binacional é líder mundial na geração de energia limpa e renovável, tendo produzido, desde 1984, 2,7 bilhões de MWh. Em 2016, a usina brasileira e paraguaia retomou o recorde mundial anual de geração de energia, com a marca de 103.098.366 MWh. A hidrelétrica é responsável pelo abastecimento de aproximadamente 15% de toda a energia consumida pelo Brasil e de 90% do Paraguai.

Assessoria

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