Polícia Civil prende integrantes de organização criminosa que vendia cirurgias bariátricas do SUS

Entre os presos, estão um funcionário público estadual, lotado na 2ª Regional de Saúde, no Paraná, um vereador do interior do estado de São Paulo, médicos, técnicos de enfermagem, proprietários de pousadas e demais pessoas que tinham a função de atrair futuros pacientes.

Imagem: PCPR

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) prendeu 16 pessoas suspeitas de integrar uma organização criminosa que teria lucrado mais de R$ 10 milhões com a venda de cirurgias bariátricas realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em um hospital da Região Metropolitana de Curitiba. A operação, que teve apoio do Ministério Público, foi deflagrada na manhã desta terça-feira (6), no Paraná, Santa Catarina e São Paulo.

Entre os presos, estão um funcionário público estadual, lotado na 2ª Regional de Saúde, no Paraná, um vereador do interior do estado de São Paulo, médicos, técnicos de enfermagem, proprietários de pousadas e demais pessoas que tinham a função de atrair futuros pacientes.

Importante ressaltar que a Secretaria de Estado da Saúde não tem envolvimento com o crime e não tinha, até então, conhecimento das práticas irregulares e criminosas praticadas por seus funcionários.

Ao todo, foram 14 mandados de prisão temporária e dois realizados em flagrante por posse ilegal de arma de fogo. A PCPR também cumpriu 35 mandados de busca e apreensão, de forma simultânea, nos estados:

• Paraná: Curitiba, Campina Grande do Sul, Colombo, Pinhais, Piraquara e Quatro Barras;
• Santa Catarina: Rio dos Cedros.
• São Paulo: capital paulista e Taquarituba.

A organização criminosa é investigada pelos crimes de extorsão, falsidade ideológica, uso de documento falso, concussão e organização criminosa.

O ESQUEMA – O grupo criminoso, por meio de redes sociais ou indicações, entrava em contato com pessoas de vários estados brasileiros (a maioria de SP e SC), interessadas em realizar cirurgia bariátrica. Os pacientes, muitas vezes, estavam na fila há anos para serem operados pelo SUS, e acabavam aceitando pagar até R$ 3 mil em cirurgias que deveriam ser gratuitas.

As investigações ainda apontam que o grupo criminoso conseguia receber em duplicidade os valores pagos pelo SUS ao hospital, pelas cirurgias bariátricas.

DENÚNCIAS – Com a deflagração da operação, solicita-se que pacientes que tenham sido vítimas do esquema criminoso denunciem o fato à PCPR por meio do e-mail decrisa@pc.pr.gov.br.

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) lamenta que práticas irregulares e distorcidas no atendimento do sistema público de saúde ainda aconteçam. A operação deflagrada pela Polícia Civil nesta terça-feira (6) vai auxiliar no esclarecimento dos fatos. A Sesa abriu procedimento interno para apurar possíveis ilegalidades e tem atuado em conjunto com os órgãos de controle para que, comprovada qualquer irregularidade, os envolvidos sejam responsabilizados.

Polícia Civil

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