Operação Além Mar: PF apreende 7 aviões, 5 helicópteros, 42 caminhões e fazendas

A Operação, que investiga o tráfico internacional de drogas, com ramificações na fronteira, teve mandados cumpridos em 13 estados brasileiros.

Foto: Divulgação/Polícia Federal

A Polícia Federal, por sua Superintendência Regional em Pernambuco, deflagrou na manhã de hoje a Operação Além Mar, que investiga esquema de Tráfico Internacional de Drogas e Lavagem de Dinheiro. Estão sendo cumpridos 141 mandados de busca e apreensão e 50 mandados de prisão (20 prisões preventivas e 30 prisões temporárias) expedidos pela 4ª Vara Federal – Seção Judiciária de Pernambuco.

Os mandados são dirigidos a endereços e pessoas localizados em 13 estados, sendo Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo.

Foi determinado ainda pela Justiça Federal o sequestro de aviões (7), helicópteros (5), caminhões (42) e imóveis (35), entre imóveis urbanos e rurais (fazendas) ligados aos investigados e ao esquema criminoso. Estima-se um total de R$100.000.000,00 (cem milhões de reais) em patrimônio apreendidos pela decisão judicial.

Esquema

Quatro organizações criminosas autônomas, atuando em conexão, viabilizavam o esquema de tráfico internacional de drogas investigado, por meio do qual toneladas de cocaína foram exportadas para a Europa via portos brasileiros. A primeira, estabelecida em São Paulo/SP, promove reiteradamente a internação de cocaína pela fronteira com o Paraguai, transportando-a via aérea até o estado de São Paulo e distribuindo-a no atacado para organizações criminosas estabelecidas no Brasil e na Europa.

A segunda, estabelecida em Campinas/SP, parceira da anterior, recebe a cocaína internalizada no território nacional para distribuição interna e exportação para Cabo Verde e Europa.

A terceira, estabelecida em Recife/PE, é integrada por empresários do setor de transporte de cargas, funcionários e motoristas de caminhão cooptados e provê a logística de transporte rodoviário da droga e o armazenamento de carga até o momento de sua ocultação nos containers.

A quarta organização criminosa, estabelecida na região do Braz, em São Paulo/SP, atua como banco paralelo, disponibilizando sua rede de contas bancárias (titularizadas por empresas fantasma, de fachada ou em nome de “laranjas”) para movimentação de recursos de terceiros, de origem ilícita, mediante controle de crédito/débito, cujas restituições se dão em espécie e a partir de TEDs, inclusive com compensação de movimentação havida no exterior (dólar-cabo).

Ramificações na fronteira

Prisões em flagrante e apreensões de drogas ao longo das investigações caracterizaram um modus operandi dividido em três fases:

  1. INTERNAÇÃO: da cocaína pela fronteira com o Paraguai e armazenamento no interior de São Paulo;
  2. TRANSPORTE INTERNO: da droga para as regiões de embarque marítimo e armazenamento em galpões;
  3. TRANSPORTE INTERNACIONAL: mediante embarque da droga em navios de carga (contaminação de containers) ou veleiros.

Durante a fase sigilosa das investigações foram presas 12 pessoas e apreendidas mais de 11 toneladas de cocaína, no Brasil e na Europa, relacionados ao esquema criminoso. Dentre os presos, ROMILTON QUEIROZ HOSI, há 10 anos foragido da justiça brasileira e procurado pela Polícia Federal e National Crime Agency – NCA, do Reino Unido.

Investigações iniciaram em 2018

As investigações foram iniciadas no ano de 2018 a partir de informações difundidas à Coordenação
Geral de Prevenção e Repressão ao Tráfico de Drogas – CGPRE, da Polícia Federal pela National Crime Agency – NCA, como resultado de parceria estabelecida para reprimir o tráfico de cocaína destinada à Europa.

Por determinação da 4ª Vara Federal – Seção Judiciária de Pernambuco, em atenção a Recomendação do Conselho Nacional de Justiça – CNJ, a deflagração da fase ostensiva das investigações foi postergada por quase cinco meses, mantendo-se os alvos sob acompanhamento.

Mesmo diante da situação de emergência de saúde pública e o isolamento social imposto, o esquema criminoso não foi interrompido, tendo sido apreendidos entre os meses de março/20 e julho/20 mais de 1,5 tonelada de cocaína.

Fonte: Polícia Federal

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