Veja os detalhes da crise econômica em Foz; ACIFI pede ações imediatas do governo

De acordo com relatório feito pela ACIFI, Foz do Iguaçu foi a cidade mais afetada pela crise causada pela pandemia no estado do Paraná.

A Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu (ACIFI) encaminhou uma carta ao Governador do Estado do Paraná, Ratinho Junior, informando os reflexos da crise econômica causada pela pandemia da Covid-19 em Foz. Segundo o relatório apresentado, o município mais afetado economicamente pela pandemia em todo o Estado do Paraná.

Diante disso, a entidade pede ações e políticas públicas estaduais imediatas voltadas a cidade, que venham a contribuir com a retomada econômica de Foz do Iguaçu, implementadas por meio dos diversos órgãos e mecanismos que compõem o Governo do Estado e suas instituições de influência.

Relatório:

A crise provocada pela pandemia de covid-19, em Foz do Iguaçu, provocou o fechamento de 5.691 vagas de empregos, de janeiro a junho deste ano, conforme dados do novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

CIDADE que mais perdeu empregos entre as maiores do Paraná

Entre as 60 cidades com mais emprego formal no Paraná, Foz do Iguaçu foi a mais impactada pela perda de vagas com carteira assinada, nos primeiros seis meses deste ano, como mostram os números divulgados pelo novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados pelo Ministério da Economia. O saldo negativo de 5.691 postos de trabalho representou 9,49% dos empregos que existiam no início do ano.

Foz CAMINHA PARA PIOR ANO DA HISTÓRIA NA PERDA DE POSTOS DE TRABALHO

Foz do Iguaçu caminha para fechar o ano com pior saldo na balança empregos (admissões – desligamentos). A série histórica disponível pelo Caged registra 2002 com saldo negativo de 1.147 no estoque de emprego. Com o fortalecimento do turismo, a partir de 2003, a cidade viveu anos seguidos de expansão do mercado formal.

Depois de 2002, o município computou saldo negativo apenas em 2015, ano da grave crise econômica nacional que afetou o Brasil. Resgatando dado citado anteriormente. A cidade registrou o fechamento de 5.691 vagas de empregos de janeiro de junho deste ano.

Deterioração do mercado formal

A crise econômica atingiu em cheio o mercado de trabalho formal de Foz do Iguaçu. Dos 54.284 mil trabalhadores com carteira assinada (estoque atualizado até junho), 18.070 mil tiveram redução proporcional de jornada de trabalho e de salário ou suspensão temporária do contrato (até 29 de julho).

A deterioração do mercado formal se torna ainda mais evidente ao relacionar o estoque de carteiras assinadas em 1º de janeiro. Dos 59.975 postos formais que existiam no começo do ano, 5.691 foram fechados e 18.070 estão com corte de jornada e salário ou contrato suspenso (em 29 de julho).

Ao somar os dois indicadores, são 23.761 vagas impactadas diretamente pela crise econômica, o que equivale 39,6% da capacidade de empregabilidade do município em janeiro. Em suma, quatro de cada dez vagas formais já foram atingidas de alguma forma pelo novo coronavírus na cidade.

Cresce número de empresas fechadas

Foz do Iguaçu registrou aumento de 28% no número de encerramento de empresas entre os meses de janeiro e maio de 2020. Na cidade, 155 firmas encerraram as atividades, contra 111 no mesmo período do ano passado.  O munícipio também teve menor número de constituição de empreendimentos. Foram 190 empresas e filiais abertas, ante 208 formalizadas de janeiro a maio do ano passado, o que representa queda de 9,47%.

Os dados são da Junta Comercial do Paraná e abrangem sociedades anônimas e empresariais, cooperativas, empresa individual de responsabilidade limitada (Eireli), entre outras, sem incluir microempreendedores individuais (MEIs). O número de empresas fechadas não contabiliza filiais. A metodologia empregada pela Junta Comercial para chegar ao número de empresas que abriram ou fecharam as portas não é a mesma da utilizada por outros órgãos.

REDUÇÃO RITMO DE ABERTURA DE CNPJs

Levantamento feito a partir de informações da Secretaria Municipal da Fazenda com dados do primeiro semestre de 2020 revela outros reflexos da pandemia na economia de Foz do Iguaçu. Análise inicial em comparação a evolução de 2018 para 2019 e agora para primeiro semestre deste ano revela:

* redução expressiva na evolução das novas inscrições por exercício.

* redução do crescimento no número de inscrições existentes.

* redução do crescimento no número de MEIs (hoje principal tipo jurídico de CNPJ)

TRABALHADORES DO TURISMO SEM RENDA

Além dos funcionários do turismo com carteira assinada, o turismo tem um universo de trabalhadores como autônomos, profissional liberal e MEIs (micro empreendedor individual), como guias de turismo, transportadores e motoristas, bem como aqueles vivem de freelas para hotelaria e gastronomia. Com os atrativos turísticos fechados e sem movimento de turistas na cidade, essa é outra categoria diretamente afetada pela pandemia.

ALTO ÍNDICE DE INFORMALIDADE

Historicamente Foz do Iguaçu tem um alto índice de informalidade. A população economicamente ativa da cidade girava em torno de 123 mil pessoas em 2010, conforme estudo mais recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), do Ministério da Economia. Daquele universo, hoje 55 mil têm emprego formal com carteira assinada (junho de 2020); logo estima-se que cerca de 68 mil trabalhadores possam estar no mercado informal.

Boa parte dos 68 mil trabalhadores informais de Foz do Iguaçu sobrevivem como auxiliares no comércio de importados do Paraguai, de forma direta e indireta. Com as fronteiras fechadas (Paraguai e Argentina), essa gama de trabalhadores parte perdeu a fonte de renda e hoje busca alternativas de renda e auxílios emergenciais dos governos.

ALTA DEPENDÊNCIA DO AUXÍLIO EMERGENCIAL

Durante a pandemia, 61.524 iguaçuenses que recorreram ao auxílio emergencial. O programa destina R$ 600 para atenuar o impacto social e econômico resultante da crise. O valor, mensal e temporário, é pago a quem perdeu emprego, microempreendedores, trabalhadores autônomos e pessoas de baixa renda.

10.080 integrantes do Programa Bolsa Família (na linha de pobreza ou extrema)
16.646 inscritos no cadastro único do governo federal (com renda per capita de até R$ 522,50) 34.798 beneficiários em geral (auto declararam necessidade do auxílio).  (Fonte: Secretaria Municipal de Assistência Social de Foz do Iguaçu)

Pedido

Neste sentido, devido à atual situação sem precedentes e de exceção pela qual passa Foz do Iguaçu, notadamente o município mais afetado economicamente pela pandemia em todo o Estado do Paraná, vimos solicitar à V. Sª a adoção imediata de ações e políticas públicas estaduais voltadas ao nosso município, que venham a contribuir com a retomada econômica de Foz do Iguaçu, implementadas por meio dos diversos órgãos e mecanismos que compõem o Governo do Estado e suas instituições de influência.

Certos de podermos contar com vossa compreensão, apoio e parceria neste momento crítico para nossa cidade, reiteramos préstimos de elevada estima e consideração e nos colocamos inteiramente à disposição para avançarmos em conjunto na agenda de recuperação econômica e social de nossa cidade.

Fonte: ACIFI

Sair da versão mobile