Vereadores pedem informações sobre medicamentos utilizados contra Covid-19 em Foz

Vereador Queiroga diz que tomou medicamento sem prescrição médica para prevenir doença.

Os vereadores aprovaram na sessão desta terça-feira, 07 de julho, um requerimento (244/2020), de autoria do vereador Luiz Queiroga (PTB), que solicita ao Prefeito informações acerca dos protocolos para tratamento medicamentoso de pacientes com Covid-19 e profilaxia dos contactantes, aplicados no Hospital Municipal Padre Germano Lauck. A proposição que tem assinatura de todos os vereadores pede informações acerca dos protocolos para tratamento precoce com cloroquina e hidroxicloroquina de pacientes.

Conforme a justificativa do requerimento, “considerando a atual situação, onde o problema não é apenas de falta de leitos mas, sobretudo, de equipes especializadas para trabalhar nestes leitos, é imprescindível buscar soluções que possam evitar a progressão da doença, poupar os internamentos (que duram em média 15 dias na UTI), diminuir o risco de colapso no do sistema de saúde e principalmente, impedir a crescente perda de vidas em nosso município”.

O requerimento cita algumas cidades que comentaram ter tido experiências com a medicação, dentre elas: Porto Feliz (SP), Floriano (PI). Além disso, a proposição expõe a divulgação do Ministério da Saúde de maio de 2020 que abordou diretrizes para ampliar o acesso de pacientes com COVID-19 ao tratamento medicamentoso precoce, ou seja, nos primeiros dias de sintomas, o médico poderá prescrever a cloroquina ou hidroxicloroquina, combinados com a azitromicina, para pacientes que apresentarem qualquer um dos sintomas: perda do paladar e olfato, febre, coriza, diarreia, dor abdominal, tosse, fadiga, dores musculares e cefaleia. A proposição foi aprovada e segue para resposta do Poder Executivo.

O vereador Luiz Queiroga disse, em entrevista à Rádio Cultura que tomou o medicamento sem prescrição médica. Ele acredita que o medicamento tenha apresentado resultados, já que a esposa e o filho foram diagnosticados com a doença e ele não foi infectado.

É importante ressaltar que não é indicado a automedicação sem prescrição médica.

Eficácia do medicamento não é comprovada

pós a cloroquina e a hidroxicloroquina, recentemente o vermífugo ivermectina passou a ser defendido por alguns grupos para prevenção e tratamento do coronavírus, mesmo sem ter sua eficácia comprovada. Em Santa Catarina, uma equipe de 300 médicos assinou uma carta ao governo do Estado pedindo um protocolo que permita a liberação do uso desses medicamento nas fases iniciais da doença. Por outro lado, pelo menos três médicos deixaram o comitê de enfrentamento à Covid-19 em Balneário Camboriú, contrários à adoção de prescrição de ivermectina para internados com a doença. 

Ciente da disputa política também incluída na questão, o presidente da Sociedade Catarinense de Infectologia, Fábio Gaudenzi, acredita que “todo mundo quer uma coisa só”, no que diz respeito ao enfrentamento eficaz da Covid-19 e evitar o acúmulo de pacientes em UTIs. Porém, o representante da entidade garante que os estudos existentes não corroboram para o uso de quaisquer desses medicamentos contra o vírus. 

– Nenhum desses medicamentos têm, até o momento, evidência robusta de que possam reduzir a evolução das formas graves da doença. É uma justificativa muito frequente ver quem diga que tomou o medicamento e melhorou. Precisamos lembrar que cerca de 90% das pessoas que vão ter uma melhora espontânea sem nenhum tipo de tratamento – declarou Gaudenzi.  

Segundo o infectologista, o médico não pode recomendar esses medicamentos, dentro da estratégia de tratamento global. Porém, há um parecer do Conselho Federal de Medicina válido para cloroquina, que permite ao profissional administrá-la, após discussão conjunta com o paciente e mediante a assinatura de um termo de consentimento, deixando claro ao infectado que o remédio ainda não possui eficácia garantida contra a Covid-19 e pode causar efeitos colaterais. 

Com informações da Câmara de Foz e NSC Total

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