Com apenas 37%, Paraná registra menor índice de isolamento social desde março

Em todo o país, os paranaenses são a quarta população menos isolada em meio à pandemia de coronavírus.

Reprodução/TConline

O levantamento mais recente feito pela empresa In Loco, com dados do dia 20 de maio (quarta-feira), mostram que o isolamento social no Paraná atingiu o seu menor índice desde o dia 19 de março, com apenas 36,96% das população permanecendo em casa, em respeito às medidas para achatar a curva de contágio pelo novo coronavírus. A estatística é feita com base nas informações de geolocalização dos celulares.

Em todo o país, os paranaenses são a quarta população menos isolada em meio à pandemia de coronavírus. Entre todas as unidades da federação, apenas Goiás (35,92%), Mato Grosso do Sul (36,46%) e Mato Grosso (36,91%) apresentavam índices menores que o paranaense. Por outro lado, Amapá (55,8%), Pernambuco (48,9%) e Acre (48,5%) são os estados com maior índice.

Retornando ao caso do Paraná, o estado chegou a registrar, entre o final de março e o começo de abril, mais da metade da população em isolamento social. Dia a dia, no entanto, os índices foram caindo, ao passo de no último final de semana nem mesmo no domingo (17 de maio) ter sido verificado que mais da metade da população estivesse isolada.

Ontem, em entrevista ao telejornal Boa Noite Paraná, o secretário de Saúde Beto Preto atribuiu o aumento no número de casos de Covid-19 no Paraná à retomada de atividades não essenciais nas últimas semanas. Nos últimos sete dias, foram confirmados 747 novas contaminações por coronavírus e registrados 22 novos óbitos. O número total de infectados, conforme boletim divulgado nesta quinta-feira (21 de maio) pela Secretária Estadual de Saúde (Sesa), já está em 2.810, com um total de 141 mortes.

“Tivemos as filas nas agências da Caixa para recebimento de benefícios da Caixa e também o movimento do Dias das Mães. Não há milagre nisso. Se o número de pessoas nas ruas aumenta, o número de casos também aumenta. Ainda estamos com a curva sob controle, mas para continuar assim os paranaenses precisam continuar a colaborar com o isolamento social e as medidas sanitárias”, disse o secretário.

Na mesma ocasião, Beto Preto ressaltou que o Paraná ainda não enfrentou o pico de casos e mortes por Covid-19, o que deve acontecer só nos próximos meses.

“O pico virá com o frio e com a chuva, porque o tempo seco ajuda a segurar a disseminação do vírus. Por isso o isolamento é importante e quem tiver que sair, precisa usar a máscara e tomar todos os cuidados”, afirmou Preto.

Curitiba também vê índice cair e já é a terceira capital menos isolada

Praticamente na mesma toada do restante do estado, a capital paranaense também tem visto o índice de isolamento social cair, ao ponto de hoje Curitiba ser a terceira capital brasileira com menor índice de isolamento no país, com 39%, menor índice desde abril, pelo menos. Apenas Goiânia (GO), com 36%, e Cuiabá (MT), 37%, apresentavam índices menores no dia 20 de maio.

Na última semana, no mesmo dia (15 de maio) em que Curitiba confirmou sua primeira morte de um paciente com menos de 60 anos e sem comorbidades, a secretária municipal de Saúde, Marcia Huçulak, já havia alertado para os perigos da redução no índice de isolamento social.

“No sábado que antecedeu o Dia das Mães, principalmente, as pessoas esqueceram que estão em pandemia e hoje colhemos o fruto disso, com aumento importante de casos. Se seguir nessa toada, na próxima semana teremos um aumento grande dos internamentos”, disse na ocasião a infectologista Marion Burger.

A importância do isolamento social

Importante explicar que as medidas de isolamento social, recomendadas pelas principais autoridades de saúde do Brasil e do mundo, não vêm no sentido de evitar o contágio pelo novo coronavírus, algo que em grande medida é inevitável. O que se busca, então, é achatar a curva de contágio, ou seja, fazer com que o pico de contaminação se prolongue ao longo do tempo, o que garante uma sobrevida aos sistemas de saúde, evitando o colapso do sistema por conta da alta demanda de pacientes.

Na última semana, inclusive, Curitiba teve de aumentar o número de leitos de UTI disponíveis para o atendimento de pacientes com Covid, passando de 169 para 207 leitos ativados.

“Percebemos que estava subindo [o número de casos] e aí de 169 leitos ativados estamos hoje com 207 leitos ativados de UTI. Isso já começa a nos preocupar, porque a capacidade do sitema de saúde tem um limite, ela é limitada. Todo nosso esforço é no sentido de conseguir atender as pessoas com qualidade”, afirma Huçulak. “É importante que as pessoas entendam [a importância do isolamento social neste momento] porque vida não volta”.

Fonte: Bem Paraná

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