Paranaense presa no Catar têm características de jovens recrutados para tráfico internacional

Jovem de 26 anos pode pegar pena de morte ou prisão perpétua. No ano passado, Polícia Federal desarticulou grupo que atuava de forma parecida com o qual a jovem seguiu.

Foto: A Gazeta

Em novembro do ano passado a Polícia Federal desencadeou a Operação Andorinhas, esquema de tráfico que contava com a participação de funcionários de aeroportos, inclusive em Foz do Iguaçu. Naquela ocasião, o delegado responsável pela Operação em Foz, Dr. Mário Cesar Leal Junior, disse que a quadrilha sempre utilizava o mesmo esquema. Moças jovens, entre 18 e 24 anos, de classe média, sem passagem pela polícia.

Apesar de, a princípio, não haver ligação entre a jovem paranaense presa no Catar com a Operação Andorinhas, alguns detalhes chamam a atenção. As características, tanto da jovem, que é de Pato Branco, quanto dos outros dois presos no mesmo dia, correspondem às destacadas pelo delegado. Além disso, o aeroporto utilizado para embarcar a droga é o mesmo onde os presos no ano passado mantinham o esquema: Guarulhos, em São Paulo.

Os três jovens, dois do Espírito Santo e a paranaense, embarcaram em Guarulhos. Cada um levava 3 quilos de cocaína, com destino a Bangkok, na Tailândia. A droga era carregada em fundos falsos das malas. A prisão aconteceu no dia 2 de janeiro, quando o avião fez escala no Catar. Os três podem ser condenados a pena de morte, ou, poderão pegar prisão perpétua.

Reprodução

Inquérito

Em nota, divulgada pelo G1 ES, a superintendência do Espírito Santo da Polícia Federal, afirmou que foi aberto inquérito, a partir da prisão. O objetivo é identificar outros envolvidos com a ação criminosa, principalmente com o recrutamento dos jovens para o tráfico internacional de drogas.

A unidade ainda destacou que “a Polícia Federal aproveita a oportunidade para alertar os jovens para os riscos que envolvem uma ação criminosa que pode parecer simples e lucrativa num primeiro momento, mas com consequências desastrosas para os envolvidos e seus familiares”.

O jornal Diário do Sudoeste entrou em contato com o Itamaraty para questionar quais são as medidas em relação ao caso. No entanto, o órgão informou que “por força das disposições da Lei de Acesso à Informação e do decreto 7.724, e em respeito ao direito de privacidade dos cidadãos, o Itamaraty não pode fornecer informações sobre casos consulares específicos”.

Itamaraty

Ainda de acordo com o jornal, o Itamaraty informo que de 2017 a 2018 foi apresentado um crescente de 18% das prisões de brasileiros no exterior. Ao final de 2018, 3.579 brasileiros permaneciam detidos, destes 1.088 presos cumprindo pena (50,51%); 1045 estavam aguardando julgamento (29,19%); e 726 eram detidos de imigração, em processo de deportação (20,28%).

Com relação aos tipos de crimes praticados pelos brasileiros, o Itamary informou que 295 (16,31%), foram presos por crimes conta a pessoa (homicídio, tentativa de homicídio, latrocínio, agressão e outros crimes contra a pessoa); 224 (12,38%), contra o patrimônio (roubo, furto, vandalismo, fraude, falsificação de documentos, lavagem de dinheiro e outros crimes contra o patrimônio); 93 (5,14%), por crimes sexuais (estupro, tentativa de estupro, abuso sexual de vulneráveis e outros crimes sexuais); 761 (42,09%), por narcotráfico e posse de drogas; 12 (0,66%), garimpo ilegal; nove (0,49%), por prostituição ou proxenetismo e 29 (1,6%) por outros crimes, em especial por contrabando ou posse de armas. O Itamaraty também informou que não possui informações de 385 casos.

Ainda de acordo com informações do Itamarati, os países com mais presos e detidos brasileiros são Estados Unidos (587); Paraguai (403); Espanha (343); Portugal (324); Reino Unido (262); Japão (262); Argentina (126); Guiana Francesa (121); Itália (120) e Uruguai (110).

Com informações do Diário do Sudoeste e G1 ES

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