Indícios apontam que Buzanelo usou cargo no Comus em benefício pessoal, diz MP

Presidente do COMUS pediu cargo na Secretaria de Saúde, o que o torna incompatível para a presidência do órgão fiscalizador, diz ofício do Ministério Público.

O Ministério Público do Paraná enviou um ofício ao vice-presidente do Conselho Municipal de Saúde, pedindo o afastamento do atual presidente Sadi Buzanelo. Na argumentação o Ministério Público aponta indícios de que Buzanelo teria usado o cargo em benefício próprio.

O oficío, assinado pelo promotor Luis Marcelo Mafra Bernardes da Silva, destaca que foram ouvidas pessoas ligadas à saúde de Foz do Iguaçu que confirmaram os indícios. Entre os ouvidos estão o diretor do hospital municipal, Sérgio Fábriz, o secretário da Fazenda, e ex-secretário de administração, Ney Patrício, vereadora e ex-secretária de saúde, Inês Weizmann, presidente da câmara técnica de saúde da Acifi, Danilo Vendrúsculo, além do próprio prefeito Chico Brasileiro.

De acordo com os depoimentos, o Ministério Público afirma que Buzanelo, valendo-se do cargo de presidente do Comus, se reuniu com Vendrúsculo, com Weizmann e com o prefeito Chico Brasileiro, além de contar com apoio de uma aliada e ex-conselheira, para pedir o cargo de Secretário Municipal de Saúde ou de Diretor  da Fundação Municipal de Saúde, que administra o Hospital Municipal.

Em fevereiro de 2018, Buzanelo chegou a deixar a presidência para assumir a Secretaria de Saúde.  No entanto, devido a impedimentos judiciais, ele não foi indicado ao cargo. Logo em seguida ele retornou ao COMUS. Em entrevista à Rádio Cultura no dia 15 de fevereiro de 2018, Sadi confirmou que havia conversas com a atual administração.

Um dos ouvidos afirmou que há várias gestões Sadi vem tentando assumir a Secretaria de Saúde. “O Sadi, a última atividade profissional dele foi no governo Daijó, como Secretário, depois sempre exerceu o cargo no Comus, sempre pleiteou o cargo de Secretário de Saúde junto aos prefeitos que vieram, junto a outras lideranças, inclusive pessoalmente comigo também várias vezes” diz o presidente da Câmara Técnica de Saúde da ACIFI. Na mesma entrevista, Sadi diz que houve propostas de outras administrações para assumir a secretaria.

“Ora, valer-se da função pública relevante para a obtenção de benesse pessoal e de cunho econômico representa verdadeiro ultraje à LEGALIDADE e à MORALIDADE, de modo a ensejar a deflagração do processo de afastamento e impedimento do representado, na forma regimental” destaca o ofício do MP.

Na conclusão do ofício, o Ministério Público afirma que requer a instauração de um processo administrativo de afastamento e impedimento e se ao final forem comprovadas as irregularidades as sanções previstas em lei deverão ser imputadas.

O documento completo pode ser acessado clicando aqui.

 

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