Aeronaves brasileiras voando no Paraguai sem registro preocupa agência paraguaia

Helicóptero carbonizado de piloto paranaense é o segundo encontrado na região sem autorização para voar no Paraguai.

Foto: Diário Vanguardia

O Paraguai segue investigando a morte do piloto paranaense William Willemann Brandão (28). O corpo foi encontrado na última segunda-feira, 09, em Minga Porã por volta das 16h20. Mais cedo, ainda na segunda-feira, um helicóptero carbonizado, que pertencia a Brandão, foi encontrado na cidade de Itakyry, cerca de 50 quilômetros de onde estava o corpo.

A polícia paraguaia ainda não confirmou se a aeronave caiu ou se foi incendiada em solo. Devido à gravidade dos ferimentos encontrados no corpo do paranaense, foi descartado a possibilidade de ele ter saído do helicóptero e ido sozinho até onde foi encontrado. A Agência de Aviação Civil do Paraguai (Dinac) afirmou que o helicóptero não tinha autorização para voar no Paraguai.

Nesta quinta-feira, 12, em entrevista à Rádio ABC Cardinal, de Asunción, o agente da Dinac, Edgar Melgarejo, disse que há um modus operandi de aeronaves voando no Paraguai sem registro. Este é o segundo helicóptero sem registro encontrado na região. Recentemente outra aeronave caiu em Alto Paraná sem autorização para voar no Paraguai.

“Os órgãos de inteligência são os que deveriam falar a respeito, mas acredito que há um modus operandi de transporte de alguma carga ilegal nessa zona fronteiriça, que poderia ir desde o contrabando até dinheiro efetivo” disse ele.

Apesar das suspeitas que as aeronaves estejam sendo utilizadas para transporte ilegal, ainda não se sabe o que elas estariam transportando. Agentes da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad) periciaram o helicóptero de Brandão e não encontraram indícios que tivesse transportando drogas.

Segundo os agentes, as características do helicóptero não permitiria o transporte de grandes cargas. É uma aeronave pequena, com apenas dois lugares. Porém, os agentes suspeitam de que esses helicópteros possam estar transportando cargas leves, podendo ser, por exemplo, poucos quilos de cocaína, dinheiro, ou mercadorias.

“Não creio que venham para curtir o clima deste lado da fronteira” ironizou Melgarejo. Ele cobra que haja uma fiscalização mais efetiva das forças militares de Ciudad del Este. “Eles estão sentados lá e podem ver o mesmo que a Dinac e seus pares brasileiros. Eles tem informações e estamos fazendo um esforço enorme para ampliar nossa cobertura” ressaltou o agente.

Fonte: ABC Color/Rádio ABC Cardinal

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