Comissão libera parecer sobre reserva de área exigida na justiça para famílias do Arroio Dourado

Projeto será votado por conta dos prazos regimentais esgotados, mas não mexe com as famílias

Por meio de um projeto de lei, a prefeitura está cumprindo a exigência da justiça para que haja uma área reservada como loteamento para as famílias que vivem há 24 anos no Arroio Dourado, onde funcionava o antigo lixão. A proposta que tramita na Câmara de Vereadores desde março está com os prazos regimentais esgotados. Por conta disso, as comissões reunidas emitiram parecer favorável a ser lido na sessão extraordinária desta sexta-feira (20). A votação do projeto não implica na retirada das famílias, apenas atende a exigência da justiça dentro do processo que envolve a área. Enquanto o caso corre na justiça as famílias vão continuar morando no Arroio Dourado.

Os vereadores membros das comissões reunidas informaram que na manhã desta sexta-feira, antes da sessão, farão reunião com lideranças representantes dos moradores a fim de explicar sobre a tramitação e inclusão do projeto na ordem do dia para votação. Recentemente, a Promotoria de Justiça solicitou ao Juiz que intimasse o município a fim de que esse esclarecesse a respeito do andamento do projeto.

A procuradoria do município respondeu à justiça que o projeto ainda não havia sido aprovado. Tendo se esgotado os prazos regimentais, e considerando que a liberação de uma área no Remanso Grande, por si só, não se trata de ilegalidade, o parecer foi favorável, liberando a matéria para votação do plenário.

A liberação prevista no projeto apenas reserva uma área para implantação de Loteamento de Interesse Social que será denominado Jardim do Remanso. Independentemente do que venha a ocorrer no desdobramento do processo judicial, o Poder Público, atendendo a exigência do Judiciário, está disponibilizando a nova área para as famílias.

Câmara realizou audiência e solicitou novo laudo

Na tramitação do projeto, os Vereadores  membros da comissão visitaram a comunidade, ouviram os moradores. Na sequência, Câmara realizou audiência pública no dia 24 de abril, oportunidade em que ouviu a insatisfação e recusa dos moradores em sair do local, não aceitando o remanejamento para outra moradia. Diante disso, as Comissões Reunidas encaminharam um ofício ao Prefeito, solicitando a elaboração de um novo laudo técnico atualizado sobre a existência ou não de riscos ambientais e de saúde pública aos moradores da área.

Em resposta ao ofício, a Prefeitura informou que o fato se encontra na justiça, com acompanhamento do Ministério Público e Defensoria Pública e que, com relação ao novo laudo técnico, o município não possui em seu quadro profissionais habilitados para isso e nem recursos orçamentários para contratação desse serviço especializado.

As Comissões Reunidas relatam, ainda, que em abril a própria comissão encaminhou um ofício à Defensoria Pública, solicitando laudos técnicos antigos e atuais sobre o local. E, que a solicitação foi reiterada em 08 de junho e ainda não se obteve resposta. Em 17 de junho a comissão também fez um ofício ao Ministério Público, que não se manifestou.

Arroio Dourado

A desativação do antigo lixão ocorreu na década de 90 devido à saturação da área e também pelo fato de o riacho nos fundos da área fazer parte da Bacia do Tamanduá, responsável em grande parte pelo abastecimento do município. Notícias dão conta de que a ocupação da área exista desde meados de 1995.

Assessoria

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