Atuação de engenheiros, arquitetos e agrônomos como avaliadores de imóveis é defendida em seminário realizado em Foz

Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) publicou Nota Pública em defesa dos engenheiros de avaliações e perícias

“Somos profissionais preocupados em desenvolver trabalhos baseados não em suposições, mas sim em metodologia científica.” A fala do presidente do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia do Paraná (IBAPE-PR), engenheiro Luciano Ventura, durante a abertura do 1° Seminário Sul-Americano de Engenharia de Avaliações, apontou a principal preocupação dos engenheiros, arquitetos e agrônomos que atuam com avaliações e perícias: o reconhecimento. O evento foi aberto hoje (08), às 13h30, no Bourbon Hotel Foz do Iguaçu (Av. Costa e Silva, 154), e os discursos dos demais representantes de organizações do setor seguiram na mesma linha.

O contexto é que o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) acaba de publicar Nota Pública defendendo as atribuições dos engenheiros avaliadores de imóveis. O documento do Confea aponta as características dessa atuação: “métodos e critérios avaliatórios são de natureza estritamente técnica; não sendo, portanto, de caráter opinativo”. Presente à abertura do seminário, o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (CREA-PR), engenheiro Ricardo Rocha, que no ato representou o presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia ratificou a nota emitida pela entidade ontem (07): “Temos o compromisso, de uma forma intransigente de lutar para que, a engenharia de avaliações seja algo exclusivo dos profissionais adequados”.

O presidente do IBAPE Nacional, engenheiro Wilson Lang, defendeu que é preciso informar mais à sociedade sobre o trabalho dos engenheiros, arquitetos e agrônomos avaliadores. “Não adianta entender de equações de correlação, de análise econômica do empreendimento, de perícias ambientais,” analisou, “se o mundo ao nosso redor não souber o que fazemos,” e comparou: “Temos que conquistar o mercado da mesma forma que o pipoqueiro da esquina.” Lang estimulou a união dos profissionais em entidades de classe.

O engenheiro Sergio Antão Paiva, presidente da Sociedade Brasileira de Engenharia de Avaliações (Sobrea) considerou outro desafio à profissão: o uso de técnicas de inteligência artificial. “Isso pode gerar a automação da atividade em diversos setores. Temos que analisar de que maneira poderemos participar desse processo de inovação inevitável”. Esse é um dos temas que serão debatidos nas palestras que seguirão amanhã (09), das 8h às 12h30, durante o seminário. A importância da troca de informações proporcionada pelo evento foi ressaltada pelo presidente da Asociación de Valuaciones y Pericias de Ingeniería del Paraguay (AVPIP), engenheiro paraguaio Daniel Ramirez. “Seria uma grande alegria recebermos a segunda edição deste evento em Assunção,” convidou.

Normas internacionais como referência para a América do Sul

Na primeira palestra do 1° Seminário Sul-Americano de Engenharia de Avaliações, o colombiano Germán Noguera Camacho abordou a questão da importância de que os países respeitem as normas internacionais de avaliação em vigência. Ele citou duas organizações que têm papel fundamental no desenvolvimento das normas internacionais, a serviço do interesse público, e na disseminação dessa padronização: o International Valuation Standards Council (IVSC) e a União Pan-americana e Associações de Avaliações (UPAV). Essas organizações não governamentais, sem fins lucrativos, têm realizado, em parceria com entidades locais, traduções das normas para português e espanhol.

Germán Noguera Camacho destacou que Brasil e Colômbia são alguns dos únicos países americanos que possuem normas próprias de avaliações e perícias. No Brasil, houve uma atualização recente na principal norma adotada, a NBR 14.653-Parte 1, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). O documento de 19 páginas é dividido em sete partes: 1) Procedimentos Gerais; 2) Imóveis Urbanos; 3) Imóveis Rurais; 4) Empreendimentos; 5) Máquinas, equipamentos, instalações e bens industriais em geral; 6) Recursos naturais e ambientais e 7) Patrimônios históricos.

O palestrante colombiano ponderou que o respeito às normas internacionais facilita a transação entre países e evita mal-entendidos. “Quando os consumidores compreendem o que está por trás do trabalho de um avaliador, as técnicas usadas, as normas respeitadas, passa a ter mais confiança nos resultados e a distinguir entre bons e maus profissionais,” afirmou.

Assessoria

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