Na contramão de grevistas, Governo diz que salário cresceu até 33,9% entre 2016 e 2019

De acordo com nota, aumento salarial ocorreu devido aos avanços de carreira concedidos pelo Governo.

O governo estadual divulgou nesta segunda-feira, 24, uma nota, por meio da Agencia Estadual de Notícias, que contradiz os sindicatos que representam as categorias do funcionalismo público estadual. De acordo com a nota, o governo informa que mesmo sem reajustes, o salário médio das principais categorias subiu cerca de 33,9%. A nota ainda ressalta que o maior aumento aconteceu entre os funcionários da educação.

Segundo a justificativa, o aumento salarial ocorreu devido aos avanços de carreira concedidos pelo Governo. Na média, o salário dos servidores da educação subiu de R$ 3.319,00 para R$ 4.443,00 em três anos, o que representa um aumento de 33,9%. No mesmo período, os cerca de 60 mil professores do quadro próprio do Estado tiveram um aumento de 16,9% no salário médio, que passou de R$ 4.460,00 para R$ 5.215,00.

Ainda de acordo com a nota, na saúde, 6.762 servidores registraram um incremento de 19,3% entre 2016 e 2019, com a média salarial subindo de R$ 5.688,00 para R$ 6.785,00. Entre as principais categorias do Estado, também consta o aumento de 15,6% na carreira da Polícia Militar, com 19,6 mil militares; de 12% do Quadro Próprio do Executivo (8.832 servidores); e de 8,2% da Polícia Civil (3.874). Hoje a média salarial dessas categorias é de, respectivamente, R$ 5.796,00, R$ 8.127,00 e R$ 8.457,00.

Todas as carreiras analisadas somam 114.456 funcionários de um total de 134 mil servidores estatutários ativos do Estado. Além destes, há 34 mil temporários na folha de pagamento. Entraram neste cálculo somente os servidores efetivos que constam nos exercícios de 2016 e 2019.

Os dados do governo divergem de dados apresentados pelos sindicatos que representam as categorias e que devem entrar em greve a partir de amanhã, terça-feira, 25. Conforme estudo técnico feito pelos sindicatos, os funcionários públicos estaduais perdem mais de dois salários por ano devido à falta da recomposição salarial.

A nota da Agência Estadual de Notícias ainda traz um alerta, onde informa que um relatório do Banco Mundial, encaminhado em junho ao Governo do Paraná, aponta que o crescimento real da folha de pagamento de inativos (7% ao ano) e ativos (5% a.a.) superou o desempenho da receita líquida do Estado (4,4% a.a.).

O estudo avaliou dados de 2007 a 2018 e destaca que o aumento da despesa com pessoal no setor público decorreu sobretudo de reajustes salariais superiores à inflação. Este processo resultou em uma diferença entre o que é pago no setor público e no privado na casa de 35%, quando avaliadas as mesmas atribuições.

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