Organização criminosa em Foz sonegou pelo menos 10 milhões de reais, diz auditor fiscal

Casas de câmbio atuavam como banco financeiro para pagar contrabandistas. Para auditor, Receita Federal nunca teve acesso a uma contabilidade paralela tão expressiva.

A Operação Freeway, desencadeada pela Polícia Federal e Receita Federal nesta quarta-feira, 15, desarticulou uma organização criminosa que atuava na fronteira cometendo crimes financeiros por meio de operação em casas de câmbio. Pelo menos três casas de câmbio eram utilizadas no esquema. Segundo o auditor da Receita Federal, Silvio José, o valor calculado de tributos sonegados pode chegar a 10 milhões de reais, pelo menos.

De acordo com o delegado Jakson Siqueira Filho, o esquema funcionava como banco de compensações, aliando o interesse de contrabandistas de enviar dinheiro para o Paraguai e empresários paraguaios enviarem dinheiro para o Brasil. “O esquema delituoso era extremamente sofisticado, tem uma série de nuances, mas basicamente a organização criminosa conseguia pagar contrabandistas no Paraguai”, pontuou o delegado.

Foram apreendidos cerca de 40 milhões de reais em bens e imóveis que pertenciam a organização. “Muito provável que esse valor seja ainda maior, pois o juízo da 23ª Vara Federal Criminal em Curitiba também determinou o sequestro dos valores existentes nas contas bancárias tituladas pelas empresas de turismo controladas pelo grupo” ressaltou o delegado.

A Operação é desdobramento da Operação Confraria Cataratas, no entanto, o delegado diz que o esquema é muito maior, “nós pensávamos que a organização criminosa se limitava a comprar e vender moedas estrangeiras sem comunicar essas operações ao banco central, quando analisamos o material apreendido tomamos um susto, ficamos bastante impressionados com a engenhosidade e quão sofisticada era a organização criminosa” disse o delegado. Ele também afirma que podem ter muitos outros “clientes” pelo país que deverão ser investigados.

O auditor da receita federal, Silvio José, disse que nunca teve acesso a uma contabilidade paralela tão expressiva, “dessa vez tivemos acesso a contabilidade real da organização criminosa” contou. Os crimes cometidos analisados pela Receita foram contra a ordem tributária e sonegação fiscal. “O grupo atua como um banco financeiro, nós calculamos cerca de 10 milhões de reais em tributos sonegados” afirmou.

 

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