Corte de gato na Favela Monsenhor foi a pedido da Secretaria de Segurança

Prefeito disse que abriria sindicância para descobrir quem havia autorizado o corte de energia após manifestação de moradores

Após o prefeito Chico Brasileiro dizer na rádio Cultura que pediria sindicância para apurar quem teria dado ordem para o corte de energia na invasão conhecida como Favela do Monsenhor Guilherme, na semana passada, a procuradoria do município, por meio do procurador Osli Machado, informou nesta terça-feira, 2, na rádio Cultura que a ordem foi dada pela secretaria de segurança, para impedir que novos invasores permanecessem no local.

Alguns moradores têm autorização para residir na favela enquanto o município constrói o residencial Angatuba, para onde serão realocados, no entanto, a prefeitura tem a obrigação de impedir que novos invasores entrem na favela.

“Tenho aqui em mãos um relatório circunstanciado, produzido pela Guarda Municipal, que diz que surgiram dois novos barracos, que estavam com energia elétrica, chamados gato, e havia sinalização de que novos barracos seriam construídos, então foi comunicado a Copel para fazer o desligamento, mas, a Copel estando no local, não podia ignorar a ilegalidade nos demais barracos, por isso foi feito o desligamento”, explicou Osli.

O gerente da Copel em Foz, Julio Ramirez, disse que a empresa tem procedimento de retirada dos chamados “gatos”, para evitar perdas para a empresa. No entanto, ele disse que a empresa chegou a resistir o chamado da secretaria de segurança para ir até a favela, por ter sido comunicado depois das 9h, mas houve insistência.

“Quando fomos convocados a participar, resistimos um pouco, pela hora, nossas equipes já estavam todas na rua, porém devido à insistência e até por que também precisamos sempre da força policial, nós decidimos por encaminhar uma equipe. Chegamos lá e retiramos os cabos, mas não sabemos quantas famílias foram afetadas, por que é um emaranhado de cabos, onde todo mundo puxa, uns repassam para os outros, interligam, criam um problema crônico, criam possibilidade de incêndio, levando perigo para crianças e adultos”, explicou Ramirez.

Após o desligamento, na semana passada, os moradores realizaram manifestação obstruindo algumas vias com pneus e outros objetos.

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