Saúde de Foz integra treinamento sobre manejo clínico da febre amarela

Nesta estapa, experiência de Minas Gerais foi trazida para agentes da tríplice fronteira

Profissionais da área da saúde de Foz do Iguaçu, Puerto Iguazu (AR) e Ciudad del Este (PY), integraram essa semana um treinamento para manejo clínico de pacientes da febre amarela. A ação foi desenvolvida numa parceria entre Secretaria da Saúde, GT Itaipu, OPAS e Ministério da Saúde, e deu continuidade aos encontros iniciados em dezembro de 2018, com intuito de informar e qualificar ações de prevenção à chegada da febre amarela ao Paraná.
 
O alerta para a terceira onda da febre amarela que atingiria o Paraná foi dado ainda no ano passado, quando profissionais do Ministério da Saúde e da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo visitaram a cidade para relatar ações de combate e cuidados.
 
Desta vez, profissionais ligados à saúde em Minas Gerais – que enfrentou duas ondas fortes da febre amarela em 2017 e 2018 – vieram à Foz do Iguaçu, relatar suas experiências no manejo clínico de pacientes. “Como nunca passamos por epidemia da febre amarela, é importante esse tipo de qualificação para nossos profissionais”, disse o enfermeiro, e responsável pelo setor de epidemias, Roberto Doldan.
 
Uma das convidadas para o treinamento foi Neimy Ramos de Oliveira, médica intensivista, coordenadora da unidade de pacientes críticos do Hospital Eduardo de Menezes, de Belo Horizonte. “Quando os casos chegaram a Minas Gerais, foram registrados inicialmente numa das regiões mais pobres do estado, a norte, que é também de difícil acesso, havia muita dificuldade”, lembrou. 
 
A primeira estratégia foi dividir o estado em quatro regionais cobrindo todas as áreas, para onde os casos eram encaminhados. Com o hospital Eduardo de Menezes é referência em infectologia, os casos mais agudos eram encaminhados para a capital, enquanto o restante era direcionado a cidades menores. “Lembrando que o estado estava em calamidade financeira, tínhamos hospitais fechados, hospitais sem leito de CTI, então montamos força-tarefa para que os pacientes fossem direcionados a hospitais das regionais e que eles tivessem estrutura para isso. Em paralelo, enquanto fazíamos a força-tarefa para atender pacientes, também buscávamos a revitalização desses hospitais”, disse.
 
Outra estratégia para enfrentar a febre amarela diante da crise que o estado passava foi ofertar transporte dos doentes para Belo Horizonte. “Não conseguimos dobrar equipe de funcionários, acredito que foi em função de boa vontade das pessoas envolvidas que trabalhavam horas a mais”. 
 
As centenas de casos obrigaram a uma mudança na logística, como a abertura de vários leitos, e envolvimento direto de funcionários. “Contamos com apoio incontestável da Secretaria de Saúde, tanto para novas tecnologias que fomos empregando para tratamento da febre amarela, como também a questão de viabilizar capacitação”. Para a coordenadora, o grande ensinamento deixado no estado foi uma boa estratégia do trabalho em equipe. 
 
Vacinação
Uma das principais estratégias para a prevenção é a vacinação da comunidade. A exemplo de grandes cidades espalhadas pelo país, Minas Gerais também encontrou dificuldade para a cobertura vacinal. “Na zona rural tivemos uma cobertura de apenas 70%”.
 
Em Foz do Iguaçu, a estratégia já foi adotada na zona rural com vacinação intensa nas cinco principais áreas, casa à casa pelos agentes. Aqui, mais de 140 famílias na área rural já foram vacinadas. 
AMN
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