Uma flor nasceu no asfalto? Mato surge em novo asfalto da Aparecidinha

É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.

Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.

A vida imita a arte. Pelo menos é o que parece quando se transita pelo asfalto recentemente inaugurado na estrada que dá acesso à Aparecidinha.  Como foi escrito pelo poeta Carlos Drummond de Andrade, uma flor nasceu no asfalto. É feia, mas é uma flor. A foto foi encaminhada à redação por ouvintes da rádio Cultura.

A reportagem ouviu o secretário de planejamento, Elsídio Cavalcanti, que explicou que o que foi feito na estrada foi um reperfilamento e não asfalto. A diferença, segundo ele, é que o reperfilamento serve para alisar o calçamento para que na sequência seja colocada a capa asfáltica. Ele tem uma vida útil menor. Ainda não há data para que o asfalto efetivamente seja feito. O secretário também explicou que o mato que cresceu na rua se chama tiririca (pior que tá não fica?).

Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.

(Poema de Carlos Drummond de Andrade)

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