Consolidar o maior patrimônio do futsal

Peso da responsabilidade. Isso determina o diferencial em quem deixa a sua marca. Ao entender e assumir a responsabilidade de um momento histórico colabora para que gerações sejam beneficiadas.

Essa é a realidade do Foz Cataratas Futsal em 2017. Depois de quase 20 anos o time está com a oportunidade de fazer o resgate de uma torcida. Torcedores apaixonados do passado misturados com uma nova geração que deseja ver um time que dê certo.

Com as dificuldades estruturais do time de campo o futsal no passado foi a válvula de escape do torcedor iguaçuense. Fatores diversos fizeram com que o Foz Futsal chegasse à condição de ser um dos grandes do Paraná. Isso fez com que o ginásio Costa Cavalcanti ficasse com a marca de um caldeirão para os adversários. Treinadores e jogadores das outras equipes invejavam ter um apoio semelhante.

Depois com más administrações, apoios prometidos e não cumpridos, jogadores que não deram a resposta devida, essa chama foi se apagando. O futsal de Foz do Iguaçu passou à vala comum. Era só mais um time em meio aos outros. Mais do mesmo.

Em 2015 um lampejo nesse resgate da torcida com o Foz Cataratas. O final daquele ano apontava para uma nova chama podendo virar um fogo. Mas daí em 2016 jogaram uma cataratas na fervura e tudo foi reduzido ao que era antes. 2016 foi decepção nesse aspecto.

Um novo ano chegando. A direção do Foz Cataratas começa a montar um novo time para jogar o estadual. Luciano Bonfim, Marlus Sokolowski e demais da comissão técnica mantidas para este trabalho.

De repente surge a oportunidade de jogar a Liga Nacional. Uma parceria está sendo firmada. Na lista jogadores conhecidos em nível nacional. Uma nova comissão técnica seria montada, com o aproveitamento e permanência dos que já estavam no time. Mas, logo nos dias seguintes ruiu esta alternativa.

Surge outra opção. O Foz Cataratas é convidado a estar na maior competição da modalidade. Às pressas precisa qualificar o grupo que tinha sido montado só para o estadual. Liga Nacional é outro nível. E foi necessário fazer remendos no planejamento. Ainda assim alguns nomes de maior expressão conseguiram ser contratados.

Não foi nada muito extraordinário. Mas o que foi feito reacendeu a chama. O torcedor saudoso do passado volta a se motivar. Leva consigo uma nova geração. Filhos, netos, amigos….vai se formando uma corrente de motivação pelas informações geradas.

Nos primeiros jogos um time que não era sonolento. Um time “pegador”. “Mordedor”. Determinado, brigando pela bola. Opa, algo novo surge. Foz poderá ter novamente a posição de um dos grandes.

E assim nos jogos feitos no Ginásio Costa Cavalcanti foi deixando uma impressão de que “agora vai de novo”. Um tropeço contra o Toledo. Mas nos demais jogos, mesmo quando não teve uma apresentação de luxo, fez para o gasto. Fez o suficiente para que o torcedor acreditasse. E jogo após jogo foi aumentando a presença de quem decidiu apoiar um time que lhe trouxesse esperanças.
Nas partidas fora de casa, altos e baixos. Mais baixos do que altos. Não jogou bem contra o Cascavel. Não foi bem contra o Caramuru em Castro. Mais ou menos em Umuarama. Melhor em Marechal Cândido Rondon. Mas no todo não convenceu em ser o grande, o que determina o ritmo, o que propõe o jogo.

Tinha o Joinville, atual campeão brasileiro pela frente em casa na última sexta-feira (19). Presença do maior público no Ginásio, pelo menos nos últimos 15 anos. Sinalização de que o torcedor acredita. Aposta na grandeza. Quer torcer para um time que seja protagonista, que determina o ritmo, que manda em quadra.

O Foz Cataratas perdeu. Perder faz parte da caminhada. Mas da forma como perdeu precisa se indignar. Felizmente vi muitos jogadores “mordidos” ao final do jogo. Chateados pela maneira como a derrota aconteceu. Vi rostos entristecidos da comissão técnica. Mas mais tristes estavam torcedores. O Foz Cataratas perdeu um jogo que era para ser ganho.

Erros individuais de atletas. Erro na demora de decisões do treinador. Até entendo que faz parte de um crescimento, do amadurecimento em jogos de alto nível. Talvez seja hora de buscar aglutinar mais opiniões durante a semana e também na hora do jogo. Mais cabeças podem gerar mais soluções, sempre respeitando a decisão final do comandante.

As bolas nas costas pelas alas não foi corrigida durante o jogo. No segundo tempo o time não voltou bem e não continuou bem. Tempo técnico, aliás o único do jogo só foi solicitado restando 3 segundos para o final da partida. Não dava para arrumar mais nada. Trocas atrapalhadas. Na hora de acionar o goleiro linha foi perdido um tempão por causa do uniforme. O nervosismo, fator que não deixa raciocinar com clareza era evidente.

Diga-se que o time na primeira etapa começou muito bem estruturado, adiantando sua marcação e sufocando o Joinville. Na primeira etapa o Foz Cataratas foi quem propôs o jogo. O problema foi do intervalo para frente. Vander Iacovino arrumou melhor o Joinville, que somado com os erros do Foz Cataratas determinaram 3 pontos catarinenses.

Na segunda etapa por mais de 15 minutos o Joinville jogou pendurado com 5 faltas coletivas. O Foz não conseguiu provocar a sexta, principalmente por só propor o jogo quando estava atrás do marcador. Faltou ousadia. E não foi problema de arbitragem não dar a sexta falta. Os erros significativos, e contra o Foz Cataratas por parte da arbitragem aconteceram na primeira etapa.

Há um patrimônio, como nunca antes na história do Foz Cataratas, chamado torcida que está sendo resgatado em 2017. Isso é mérito de uma gama de pessoas, e de forma especial direção, comissão técnica e jogadores do time. O copo está meio cheio. Isso é digno de aplausos, de reconhecimento e de apoio.

O apoio é para que correções sejam feitas, culpabilidades assumidas, pois isso é sinal de maturidade e competência, e assim a cidade continue no embalo de quem terá algo especial para torcer e ver dar certo.

A direção vem buscando pelo menos mais dois reforços. Precisa agilizar. O torcedor já mostrou que está junto nessa. Apoios financeiros virão. A cidade vai abraçar e caminhar junto.

Rapidez em diagnosticar e decidir. É a exigência do momento para que este começo de trajetória de sucesso vingue em 2017 e assim sejam todos protagonistas de um momento de guinada na história e deixem seus nomes registrados na memória afetiva de uma massa agradecida.

Esses são os 3 próximos compromissos do Foz Cataratas:
6ª RODADA – LNF
26/05/2017 sexta-feira, 20h15 Tubarão x Foz Cataratas, no ginásio Estener Soratto em Tubarão-SC

8ª rodada – 30 de maio – terça-feira – SÉRIE OURO PR
Em Foz do Iguaçu – ginásio Costa Cavalcanti – 20h30, Foz Cataratas Futsal x São Lucas

7ª RODADA – LNF
02/06/2017 sexta-feira, 20h15, Foz Cataratas x Jaraguá, no ginásio Costa Cavalcanti.

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