População reclama da qualidade do transporte coletivo em audiência pública

Passe livre; tamanho dos ônibus; falta de acessibilidade; fiscalização do contrato; melhoria para linha do aeroporto; revisão do contrato; meia passagem aos estudantes de curso técnico; segurança e maior qualidade do transporte. Esses foram alguns eixos que pautaram as reivindicações da população na audiência sobre transporte coletivo, realizada na última quarta-feira, 12 de abril, no plenário da Câmara.

O debate começou pela fala da população que se inscreveu, tanto pelo site da Câmara, quanto no transcorrer do evento. Uma das principais cobranças foi em relação ao passe livre, tanto as estudantes de forma geral, quanto a pacientes oncológicos.

João Paulo Angeli, estudante da Unila, afirmou “é preciso cobrar e saber onde está o contrato dessas empresas, onde está a transparência disso? Pagamos por uma tarifa absurda, essa cidade não tem como receber turista com esse transporte. Nós estudantes precisamos de passe livre. Essa audiência pública precisa levar o passe livre aos estudantes”. Outro ponto questionado foi acessibilidade: “Muitas vezes a plataforma não funciona, vou tentar usar e não dá certo, não tem acessibilidade”, Luciana Silva.

“Viemos reivindicar um direito que foi nos tirado na sessão passada, nós do curso técnico temos direito a meia passagem, pesa no bolso com o que gastamos com transporte quando fazemos estágio”, afirmou Ana Gabriela Mendes, aluna do curso técnico em enfermagem do Colégio Estadual Jorge Schimelpfeng.

Uma moradora da cidade também questionou o passe livre para pacientes oncológicos. “Há uma lei federal que ampara o paciente oncológico com passe livre, mas em Foz isso não é cumprido. É um gasto muito grande para quem está em tratamento”.

A audiência foi aberta pelo Presidente da Casa, Rogério Quadros (PTB) e foi conduzida pelo proponente, Vereador DR.Brito (PEN). Participaram também do debate os Vereadores: Kako (PTN), Tenente-Coronel Jahnke (PTN), Rosane Bonho (PP), Nanci R. Andreola (PDT), João Miranda (PSD), Marcio Rosa (PSD), Jeferson Brayner (PRB) e Celino Fertrin (PDT).

Adnan El Sayed, questionou a falta de demonstração de um diagnóstico dos serviços e demonstração do contrato. “Precisamos antes de discutir ter a análise destrinchada de quais cláusulas deveriam ser atualizadas conforme a necessidade da população. Não nos mostraram a realidade do transporte público antes, o que não contempla a necessidade da população. Essa não é uma audiência pública verdadeira, mas uma forma de legitimar esse contrato da forma que temos. Também o erro está aqui, temos responsabilidade em nossas mãos, essa Comissão tem responsabilidade”, criticou.

Integrante da Comissão Parlamentar de Inquérito, Vereador Jeferson Brayner (PRB), enfatizou que “há uma força muito grande para não haver erro por parte dos Vereadores. Essa comissão discutiu e apontou ações que serão adotadas no mês de maio. O relator da CPI do transporte coletivo, João Miranda (PSD) foi enfático ao lembrar da representatividade da população e que o trabalho está sendo levado com seriedade.

“A relação permissiva entre as empresas e o Poder Público deveriam ser fiscalizadas. De qualquer maneira a população perde”, ressaltou o proponente do debate, vereador DR.Brito (PEN).

“Acompanhei em 2010 quando implantaram muito micro-ônibus e isso não serve à população. Nossos colaboradores que trabalham conosco reclamam diariamente. Se ao menos tivesse um ar-condicionado ao menos o trabalhador não chegaria cansado para trabalhador. É preciso colocar mais ônibus caso os micro-ônibus permaneçam. É a minha reivindicação é das pessoas que ouvi quando convidei para que viessem à audiência pública”, enfatizou a Vereadora Nanci R. Andreola (PDT).

César Alamini, representante da empresa Transbalan, destacou que “as empresas são os maiores interessados para que as melhorias sejam implementadas, mas que a questão do passe livre perpassa por um custo e é preciso saber da onde vai sair esse custo”. O representante do Poder Público Municipal e do Consórcio Sorriso, que integra as empresas prestadoras do serviço de transporte coletivo em Foz, fizeram algumas pontuações. Robson Lima do Foztrans afirmou “conseguimos adquirir abrigos de pontos de ônibus, vamos fechar 200 abrigos. Sandro Dal Bosco, representante do Consórcio Sorriso, respondeu a diversos questionamentos realizados pela população. “O valor da tarifa foi estabelecido em contrato, ele prevê o valor da tarifa. Com relação ao ar-condicionado, o contrato não prevê ar e o consórcio não coloca o ar porque custa caro, podemos colocar tudo isso desde que o poder concedente nos remunere por isso. Com relação a meia passagem, existe um acordão no TJ-PR que submetemos isso ao Tribunal e foi dito que não. Com relação à segurança, também somos vítimas, o mesmo assaltante que os assalta também ataca as empresas também”.

A Vereadora Rosane Bonho (PP), se declarou também usuária do transporte público, enfatizou que a população merece a melhoria no transporte, revendo os contratos. Acho que se existe uma lei que prevê a não constituição da meia passagem temos de pagar a inteira mesmo, mas precisamos rever essa lei”.
Sobre a questão da meia passagem, o Vereador Marcio Rosa (PSD) enfatizou que “é preciso cobrar, sim. É inadmissível que estudantes não tenham direito a meia passagem, não existe desenvolvimento sem investimento em educação, vamos continuar discutindo, para que, juntas, encontremos soluções para o transporte”.

Fiscalização

“Estamos há muito tempo falando em transporte. Sabemos que o transporte em Foz é horrível, não tem nem ponto de ônibus. Muita da responsabilidade é do Foztrans que precisa fiscalizar o contrato”, cobrou Luciano Santos, estudante. “Não temos ônibus para irmos aos postos de saúde, Hospitais. Se nós usuários também não cuidarmos jamais terá ponto de ônibus em pé”, Ernesta.

Linha aeroporto-Centro

“A linha 120 que nos leva até as Cataratas, eu uso essa linha todo dia. Vamos cuidar do transporte, da linha do aeroporto principalmente, coloquem ar-condicionado”, destacou Luiz Clovis Bandeira.

Isolamento dos bairros e segurança

Bianor Dias falou do isolamento dos bairros. “Temos quatro terminais que poderiam ser feitos e resolver isso, por conta disso poderia até se revogar esse contrato. Falta de linhas sobrepostas superlota a linha 102, todos os ônibus vão para o centro e lotam a linha da ponte”. “Meus amigos Unileiros estão sendo assaltados. O passe livre também é extremamente necessário”, cobrou Eduardo Cristiano Morais.

Fonte: Câmara Foz

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