Otimismo dos empresários da região Oeste é o mais baixo do Paraná

Os empresários do comércio de bens, serviços e turismo do Paraná começaram o ano mais otimistas. De acordo com pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), 49,4% dos empresários têm expectativa de uma melhora no faturamento no primeiro semestre de 2017.

No entanto, essa onda de confiança não chegou à região Oeste. Entre as seis principais regiões do Estado analisadas, é a que possui o menor índice de opiniões favoráveis, com apenas 31%. A incerteza predomina entre os empresários da região Oeste, uma vez que 38% dos entrevistados disseram que ainda não sabem o que esperar deste primeiro semestre do ano.

O resultado é o oposto ao verificado no primeiro semestre de 2016, quando os proprietários de estabelecimentos comerciais do Oeste manifestaram o maior grau de otimismo do Estado, com 40%. Na pesquisa realizada no segundo semestre de 2016, as expectativas positivas chegaram a 53%.

Já os empresários londrinenses possuem a maior expectativa favorável do Paraná, com 66%. Maringá é a segunda região mais otimista, com 54%. Em Curitiba e Região Metropolitana, 51% dos empresários acreditam que este será semestre melhor. No Sudoeste esse indicador é de 45% e de 32% em Ponta Grossa e Campos Gerais.

Para explicar os altos índices de incerteza e pessimismo na região Oeste é preciso voltar os olhos para o que está acontecendo no campo. A queda da produção agrícola na safra (2015/2016) em razão dos eventos climáticos negativos, a redução no preço das commodities agrícolas a partir de julho e a restrição na concessão de financiamentos de maquinário e equipamentos têm feito os produtores rurais conterem os gastos e represarem a venda de suas reservas de soja e milho.

O reflexo deste cenário pode ser verificado nas vendas do comércio que, de acordo com a Pesquisa Conjuntural da Fecomércio PR, caíram 0,9% no acumulado de janeiro a novembro de 2016. Os setores que apresentam as baixas mais expressivas foram as concessionárias de veículos, incluindo caminhões e máquinas agrícolas (-16,92%), e lojas de departamentos (-15,69%).

Ainda que na região Oeste as opiniões sejam menos favoráveis, de acordo com o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, o crescimento no otimismo no Paraná de modo geral revela a reversão das expectativas dos empresários do comércio de bens, serviços e turismo. “Verifica-se, a partir dos números para 2017, uma alteração psicológica importante do empresário, fruto da combinação das variáveis econômicas mais favoráveis e da mudança no cenário político nacional”, avalia.

Nesse momento pode ser destacada a ocorrência de importantes alterações no desempenho das economias brasileira e paranaense que contribuem para uma percepção mais esperançosa dos empresários. A redução da inflação e da taxa de juros Selic, o saldo positivo na balança comercial do Paraná no ano passado, superior ao desempenho de 2015, e os aumentos no Investimento Estrangeiro Direto (IED) e nas reservas cambiais do Banco Central formam um conjunto de fatores favorável ao empresariado.

“O crescimento do otimismo indica uma possibilidade consistente de início de um processo de recuperação para o comércio, mas que deverá também se adequar ao contexto de contenções ainda prevalecentes na economia”, completa Piana.

Assessoria Fecomércio Paraná

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