Feira do Livro é cancelada após Fundação pagar mais de 1 milhão na “Paixão de Cristo

Depois do anúncio feito pela prefeita Interina Ivone Barofaldi do cancelamento da 12ª Feira Internacional do Livro que seria realizada neste ano, o diretor-presidente da Fundação Cultural, Perci Lima, concedeu uma coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (09), na Fundação Cultural. A entrevista foi de extrema importância para explicar à imprensa e à sociedade os motivos que levaram o Município a não organizar o evento.  Para a atual gestão da Fundação Cultural, a realização de eventos fora do calendário anual já programado interferiu diretamente na situação financeira da Fundação, o que tornou inviável fazer a Feira do Livro neste momento.

“Eventos culturais que estão no calendário cultural da cidade, como o Carnaval de Foz, a Fartal, a Feira do Livro e o Natal de Foz, estes tiveram orçamento. O que não foi previsto foi a Paixão de Cristo,” esclarece o diretor-presidente.

De acordo com Perci, a Paixão de Cristo custou R$ 380 mil, quase o mesmo valor da Feira do Livro, orçada inicialmente em R$ 350 mil. Segundo Perci Lima “esse dinheiro foi desviado da Feira do Livro. Hoje, dentro da situação financeira do município, nós não estamos conseguindo juntar o necessário para realizar de fato o evento, o que nos impossibilita”.

Em razão disso, a prefeita decidiu cancelar a feira e promover o Natal das Cataratas, uma realização da Prefeitura em conjunto com a Itaipu Binacional e a Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu, que deverá ser organizada nos próximos meses para acontecer no final do ano, garantindo às famílias iguaçuenses e aos turistas uma programação especial sem deixar que a data passe em branco.

Durante a entrevista coletiva foi apresentado o balanço da 40ª Fartal deste ano. No total, a Fundação Cultural gastou R$ 1.760.000,00, com recursos do município, e, ao ser somado o aporte capital dos parceiros, o valor foi para R$ 1.980.000,00.

“Nesses últimos anos, o orçamento da Fundação Cultural não foi seguido à risca, por isso nós estamos nessa situação. Se você segue o orçamento, dentro daquilo que foi planejado, tem de tudo para dar certo, e foi o que não aconteceu agora,” ressalta o diretor-presidente.

Conselho Municipal de Políticas Culturais

Membros do Conselho Municipal de Políticas Culturais – CMPC também estiveram presentes na coletiva e reivindicaram a prestação de contas da Fundação Cultural, pois, segundo eles, não houve resposta e transparência por parte da gestão. O atual diretor-presidente, no cargo há trinta e oito dias, reconheceu a reivindicação e disse que a Fundação Cultural vai repassar todo o levantamento de dados ao Conselho.

“É um direito deles, nós já estamos respondendo. Para se ter uma ideia, eles pediram essa prestação de constas em março deste ano e como o levantamento ainda não havia sido entregue estamos repassando agora, apesar de termos assumido há pouco tempo,” afirma Perci.

A Fundação Cultural é uma autarquia com um dos maiores orçamentos do município. São sete milhões e oitocentos mil reais anuais, onde metade do recurso é reservado para manutenção da sede e pagamento de pessoal, e a outra metade seria destinado para os eventos realizados pela Fundação, como o Carnaval, Fartal, Feira Internacional do Livro, Natal e manutenção dos projetos de cultura.

Por AMN

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