Ana Sucha fala de feminismo, sexismo e visibilidade LGBT em seu debut album

“Inês” é o disco de estreia da carioca de nascimento e brasiliense de coração Ana Sucha. E é um trocadilho com uma das expressões mais famosas da língua portuguesa: “Inês é Morta”. Sinônimo de uma causa perdida, a expressão acabou sendo um norte no bem humorado e urgente debut da cantora que se debruça sobre o feminismo, sexismo e visibilidade LGBT.

“Cada um tem uma estratégia pra lidar com a ‘opressão de cada dia’ – a minha é o humor. (…) Ao mesmo tempo, tem coisas que pesam muito no dia a dia e que são relevantes da gente falar, se posicionar (…). Tratar as coisas com humor e ironia não diminui a mensagem”, explica Ana, que contou com a produção e arranjo de Eugênio Dale na concepção do projeto.

O disco é inspirado pela história de Inês de Castro, uma jovem mulher que vivia um amor proibido com D. Pedro I de Portugal. Ela foi brutalmente assassinada a mando do pai do seu amado – anos após ser morta, foi coroada como rainha. Conforme ouvimos o disco, conseguimos reconhecer um pouco de Inês em cada mulher – muitas vezes preteridas, mortas, mas sempre rainhas.

Autodidata, Ana Sucha toca – junto com Eugênio Dale – praticamente todos os instrumentos no disco. Nas faixas “Seis sentidos” e “Eu sorrio bem mais”, eles contam com a participação de Puppi (violoncelo) e Gustavo Corsi (guitarra). Já na canção “Onde você está?” e “Bagatelas”, quem participa é Dennis Novaes (cavaquinho).

Ana assina sete das 10 faixas do disco, ora sozinha, ora acompanhada por parceiros como Eugênio, Dennis, Suely Mesquita ou Zerzil. Também assinam canções, João Paulo Gusmão e Dennis Novaes, parceiros da cantora da época em que vivia em Brasília, e Zerzil.

Por Felipe Madureira / Guitar Talks

 

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