“Quase certo que se instituiu um cartel”, diz presidente da “CPI Pecúlio”

Na manhã desta terça-feira, 07, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Operação Pecúlio, ouviu o empresário Nilton Beckers e o ex-secretário municipal de Planejamento, Rodrigo Becker. Os dois são acusados de participação no suposto esquema de fraudes à licitações de obras com a prefeitura de Foz do Iguaçu. Como Colaborador, também foi ouvido o ex-vereador de Itaipulândia, Aldenir Gardino.

Ao final da oitiva, o presidente da Comissão, Vereador Dilto Vitorassi, do PV, disse que o empresário Nilton Beckers preferiu ficar em silêncio e não respondeu às perguntas. O parlamentar ressaltou que Nilton é a testemunha principal do processo, “ pois em todos os contratos, parece que foi feito um tipo de consórcio e tudo indica que todas as negociações envolvendo o poder público municipal passa por esta pessoa”.

Sobre o depoimento de Rodrigo Becker, o presidente disse que todas as perguntas foram respondidas pelo ex-secretário, mas que ainda resta alguns pontos importantes para serem analisados. “ “Para mim, está quase certo que se instituiu um cartel que vem destruindo com o poder público. ” Finalizou.

Defesas:

O advogado Edson Silva da Costa, que faz a defesa do empresário Nilton Beckers, ressaltou que seu cliente decidiu ficar em silêncio por questão de estratégia. Segundo o advogado, a defesa está aguardando a eventual denúncia do Ministério Público Federal para então prestar esclarecimentos à CPI aberta na câmara de vereadores. “Não é uma afronta ao Legislativo, apenas é uma estratégia que será adotada até a denúncia ser formalizada pelo MP”, finalizou o advogado, afirmando que seu cliente comparecerá todas as vezes que for convocado.

Já o advogado Mauricio Defasi, reforçou que seu cliente prestará todos os esclarecimentos necessário. Defasi explicou que os vereadores perguntaram sobre projetos, interceptações telefônicas e que todas as questões foram esclarecidas com documentos. Becker também negou qualquer envolvendo com pagamentos de propinas e ações públicas ilegais. “Quando meu cliente assumiu a secretaria, não tinha se quer orçamento. Tinha dinheiro apenas para pagar funcionários e nada mais. Não existe qualquer ligação dele com projeto ou empreendimento”. Disse.

Ainda segundo o advogado, falar foi uma das primeiras ações solicitada por seu cliente assim que teve sua prisão decretada. Defasi conta que foram protocolados quadro pedidos para que Rodrigo esclarecesse qualquer dúvida relacionada a operação. “Todos nossos pedidos foram negados. Agora, após 30 dias de prisão, meu cliente conseguiu falar. Era isso que ele queria. ” Finalizou.

Devido à parte das investigações estarem em segredo de Justiçam os depoimentos acontecem “à portas fechadas”, no plenário da Câmara de Vereadores. Apenas são permitidas imagens no início da sessão ou quando autorizadas pelo presidente da CPI.

As prisões, conduções coercitivas e mandados de busca e apreensão, aconteceram na primeira fase da Operação Pecúlio, no dia 19 de abril deste ano.

Ouça o presidente da CPI, vereador Dilto Vitorassi

Sair da versão mobile