Com vaga na Série D do Brasileiro, Foz vive melhor momento da história

Em 2015, o Foz do Iguaçu esteve perto de alcançar a final do Campeonato Paranaense pela primeira vez na história. Porém, a equipe sucumbiu diante do Operário Ferroviário, que conseguiu empatar em 1 a 1 com o Foz do Iguaçu na casa do adversário e venceu o também time do interior por 2 a 0 em seus domínios.

Enquanto o Operário Ferroviário vai jogar a final do estadual com o Coritiba, o Foz do Iguaçu dá prosseguimento à temporada 2015, já que está classificado para o Campeonato Brasileiro Série D, sua primeira competição de nível nacional na história de 19 anos (o Foz do Iguaçu foi fundado em 9 de fevereiro de 1996, com o nome de Cataratas Esporte Clube. Certamente, 2015 é o melhor ano do Foz do Iguaçu. Mas o começo da história do Foz do Iguaçu com o atual nome não foi nada fácil, nem glamouroso…

2002 foi o último ano em que o Cataratas Esporte Clube disputou o segundo nível paranaense com a antiga nomenclatura. A equipe acabou eliminada logo no primeiro mata-mata, levando de 2 a 1 do Francisco Beltrão no placar agregado. A partir de 2003, o Foz do Iguaçu passou a encampar o novo nome, mas este ainda não era o atual Foz do Iguaçu.

Até 2006, o CNPJ do antigo Foz do Iguaçu Esporte Clube era utilizado, mas a equipe decidiu fechar as portas por falta de apoio. Só no fim de 2005 é que o presidente do clube, Arif Osman, conseguiu junto a CBF e federação paranaense a mudança do CNPJ, novo nome (Foz do Iguaçu Futebol Clube) e novas cores (azul e branco).

Assim, a temporada de estreia do atual Foz do Iguaçu FC ocorreu em 2006, com eliminação na primeira fase da segunda divisão, com apenas dois pontos em quatro jogos, atrás de Cascavel e Engenheiro Beltrão. A mudança de patamar no torneio só veio a partir de 2007, com a quarta vaga depois de 14 jogos, seis pontos à frente do Operário Ferroviário. Porém, nas seis rodadas da etapa final, o Foz do Iguaçu ficou no terceiro lugar, com sete pontos, três atrás do segundo colocado Real Brasil, promovido à elite. Aos poucos, o time do interior passou a frequentar a fase final, se aproximando do acesso.

Na elite do Paraná. Tudo mudou em 2008. Depois de ficar na vice-liderança da primeira fase da segunda divisão, com 29 pontos, desvantagem no saldo de gols (17 contra 14) para o líder Nacional, o Foz do Iguaçu participou da etapa final, brigando pelo acesso até a última rodada. No confronto diante do mesmo Operário Ferroviário, houve paralisação do jogo aos 41 minutos do segundo tempo, pois o adversário não permitiu a cobrança de um pênalti a favor do Foz do Iguaçu ao deixar o gramado. No julgamento, o TJD/PR estabeleceu o Foz do Iguaçu como vice-campeão, pelos critérios de desempate.

Claro que houve festa na cidade de Foz do Iguaçu, mas a estada na elite do Paraná durou pouco. Após 14 rodadas, a equipe somou 15 pontos e terminou a primeira fase do estadual de 2009 no 14º e penúltimo lugar, sendo rebaixada para a segunda divisão.

Mas a queda não abalou diretoria e torcedores do Foz do Iguaçu, pois o clube quase subiu no ano seguinte. É verdade que em 2011, 2012 e 2013 a equipe perdeu força e ficou mais perto do rebaixamento para a terceira divisão do que da vaga na elite estadual. O pior ano do Foz do Iguaçu foi justamente 2013, quando a equipe somou dez pontos em nove rodadas, se salvando da queda pelo número de vitórias (3 a 2) superior ao da Roma Apucarana – detalhe que foram apenas dois pontos atrás da vaga na fase seguinte.

O acesso definitivo. Mas deu tudo certo na segunda divisão do Campeonato Paranaense 2014. Na primeira fase, o Foz do Iguaçu disputou sete partidas e somou 13 pontos, na terceira posição, indo à fase final. Depois de dez rodadas, o Foz do Iguaçu manteve o mesmo lugar, vendo Cascavel e Nacional serem promovidos à elite. Parecia mais uma temporada na segunda divisão em 2015, mas tudo mudou a três meses do início do Campeonato Paranaense. Com a desistência do Arapongas (falta de dinheiro; voltará na terceira divisão em 2016), o Foz do Iguaçu foi convidado a jogar a elite e aceitou!

Portanto, mesmo na primeira divisão estadual, esperava-se que o Foz do Iguaçu fosse brigar contra o rebaixamento, o que é normal para um time que vem da segunda divisão, ainda mais só disputando o certame pela desistência de outra equipe. Mas o Foz do Iguaçu ficou longe de ter de jogar o Torneio do Rebaixamento…

Entendendo a superioridade do novo campeonato, a diretoria do Foz do Iguaçu trouxe jogadores experientes no intuito de mesclar com os 19 atletas promovidos das divisões de base. O goleiro é Édson Bastos, 35 anos, ex-Coritiba, Figueirense e Ponte Preta. O zagueiro Leandro Silva, de mesma idade, se destacou com as camisas de Avaí e Ponte Preta, enquanto o atacante Negreiros, também de 35 anos (defendeu Flamengo, Coritiba e vários outros times), era o responsável pelos gols.

Do Atlético Paranaense, o Foz do Iguaçu acertou os empréstimos do lateral-esquerdo Jonathan, 19 anos, e do volante Renatinho, 23, um dos destaques da campanha, que começou com risco de rebaixamento. Nas primeiras duas rodadas, a equipe foi lanterna (12º lugar), mas aos poucos as vitórias vieram e o Foz do Iguaçu passou a frequentar as oito primeiras posições, dentro da zona de classificação para as quartas de final.

O grande feito do time do interior na primeira fase do Campeonato Paranaense 2015 foi vencer os três adversários da capital: Coritiba (2 a 0, em casa), Atlético Paranaense (1 a 0, fora) e Paraná Clube (1 a 0, fora). Mesmo sem vencer nas últimas três rodadas, o Foz do Iguaçu terminou a primeira fase no sétimo lugar, com 17 pontos, seis acima da zona de rebaixamento.

A vitória diante do J Malucelli, nas quartas de final, com vitória de 3 a 1 em casa e derrota de 2 a 1 nos domínios do adversário, deu alguma esperança ao Foz do Iguaçu, que acabou sucumbindo diante do Operário Ferroviário.

Apesar da tristeza de não ter atingido a final do Campeonato Paranaense 2015, o Foz do Iguaçu sabe que a temporada é muito positiva e vai buscar manter o elenco para a Série D, na qual deve enfrentar adversários do Sul e do Sudeste, como Minas Gerais e Rio de Janeiro. 2015 ainda não acabou para o Foz do Iguaçu, que deseja continuar surpreendendo!

 O lateral-esquerdo Carlão, 27 anos, é revelado no Coritiba, mas nunca fez sucesso num clube brasileiro. O detalhe curioso é que ele fez parte da seleção brasileira sub-20 na Copa do Mundo da categoria de 2007, titular na estreia da equipe e não utilizado nas outras partidas. Carlão foi companheiro de Alexandre Pato, Jô, Renato Augusto, David Luiz e Cássio.

– A boa campanha do Foz do Iguaçu vem enchendo os cofres do clube. No estadual 2015, a diretoria conseguiu lucro de quase R$ 111 mil, mas a média de público da primeira fase foi de apenas 1.467 torcedores por jogo. Sem problemas para o Foz do Iguaçu, que tem 19 patrocinadores e R$ 1,2 milhão por ano. O maior parceiro é a Hidrelétrica de Itaipu (R$ 300 mil anuais) e o menor o Shopping Madrid Center, que fica no Paraguai (R$ 35 mil).

– O técnico do Foz do Iguaçu é o jovem Edison Borges, de apenas 39 anos. Revelado nas divisões de base do Coritiba, ele já foi interino do time profissional na Copa Sul-Americana 2009 e treinou o próprio Foz do Iguaçu na segunda divisão de 2013.

Fonte: PLANO TÁTICO – Futebol Alternativo/Matheus Laboissière

 

Sair da versão mobile