Interdição da Penitenciária de Cidade do Leste deixa presos sem local

Dante Quadra

O Ministério da Justiça do Paraguai determinou na semana passada a proibição de entrada de novos presos na Penitenciária Regional de Cidade do Leste, após um pedido feito pelo Mecanismo Nacional de Prevenção à Tortura (MNP). A decisão foi tomada devido o centro de detenção ter ultrapassado a capacidade máxima que é de 450 detentos e chegou a abrigar 1.385.

Mesmo com a decisão, a polícia não deixou de realizar o trabalho e novos presos tem ficado na carceragem da delegacia da Polícia Nacional, que deveria funcionar apenas como passagem. No local, os presos estão amontoados nas celas em precárias condições, sem banho, iluminação e falta de comida.

A Justiça paraguaia informou que 200 brasileiros estão presos na Penitenciária Regional, alguns cumprindo pena e outros a espera de julgamento, a maioria por tráfico de drogas e armas. A MNP e Ministério da Justiça já haviam advertido as autoridades locais sobre o perigo da superlotação no centro de detenção, que resulta, inclusive, em um esquema de corrupção entre os detentos e carcereiros.
Um grupo de presos pede transferência para outras cidades onde possuem família. Segundo o diretor da Penitenciária Regional, Ricardo Ortiz, a decisão depende do Ministério da Justiça. Ortiz informou que pretende reduzir para 800 o número de presos.

Dos a 1.385 presos, a Justiça acredita que 90% estão sem condenação. Soledad Villagra Bierderman, membro da MNP informou que para sobreviver na Penitenciária, cada preso deve desembolsar cerca de 200 mil guaranies mensais, o equivalente a R$ 100. com o dinheiro, os detentos pagam lugar para dormir, comida extra e segurança.

Com informações Diário Vanguardia

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