Quartas de final da Libertadores tem apenas dois campeões em campo

A Copa Libertadores entra nesta quarta-feira na fase de quartas de final de uma das edições mais surpreendentes das últimas décadas. Das oito equipes remanescentes, seis nunca foram campeãs, e três superaram as oitavas pela primeira vez na sua história.

Apenas o Cruzeiro (1976 e 1997) e o Nacional de Medellín (1989) já saborearam o título sul-americano no passado, enquanto Arsenal de Sarandí, Nacional de Assunção e Lanús só conhecerão agora o que é estar entre os oito melhores do continente. San Lorenzo e Bolívar também sonham acordados, já que lutarão por um lugar ao qual não chegam há muitos anos: o time argentino não atinge as semifinais desde 1988, enquanto o boliviano não chega lá desde 1986.

O grande jogo

San Lorenzo x Cruzeiro (jogo de ida das quartas de final)
Quarta-feira, 7 de maio, 22h, Estádio Pedro Bidegain, Buenos Aires.

Depois de sofrer para superar a primeira fase e eliminar o Grêmio em um jogo dramático em Porto Alegre, o San Lorenzo sonha em chegar às semifinais do certame após 26 anos. “Chegamos da melhor maneira”, assegurou o meio-campista Néstor Ortigoza, um dos vários jogadores poupados pelo técnico Edgardo Bauza na vitória do fim de semana por 2 a 0 sobre o Atlético Rafaela pelo Campeonato Argentino.

O Cruzeiro, atual campeão e líder do Brasileirão, será a terceira equipe verde-amarela a visitar o Nuevo Gasómetro nesta Copa Libertadores. Botafogo e Grêmio perderam, mas o time de Belo Horizonte tem bom retrospecto jogando fora, já que ganhou seus últimos dois jogos, contra Universidad de Chile e Cerro Porteño – este o da suada classificação para as quartas. Além disso, com 16 gols tem o melhor ataque do torneio. O técnico Marcelo Oliveira não poderá contar com o zagueiro Bruno Rodrigo, também uma importante arma ofensiva, que está suspenso.

E o que mais?

Será histórico o encontro entre Nacional e Arsenal em Assunção, com um prêmio inimaginável para ambos até pouco tempo: a semifinal da Libertadores. Os paraguaios vêm de altos e baixos: foram a equipe que chegou às oitavas com a pior classificação, mas eliminaram heroicamente o antes favorito Vélez Sarsfield em Buenos Aires. O Arsenal, segundo colocado no Grupo 8, garantiu a classificação no Chile ao deixar para trás a Unión Española. Nenhum dos dois times tem desfalques.

Depois de ganhar a mais recente edição da Copa Sul-Americana, o Lanús está em um dos melhores momentos dos seus 99 anos de vida. Nas oitavas passou com categoria pelo Santos Laguna, mas diante do Bolívar não poderá contar com uma das suas principais figuras, Lautaro Acosta, lesionado. Os bolivianos, que eliminaram o Flamengo na fase de grupos e o León nas oitavas, não vêm decepcionando longe de La Paz: assinalaram seis gols em quatro partidas.

Em Medellín, o Atlético Nacional tentará aproveitar o bom momento depois de ter eliminado o Atlético Mineiro e de ter atingido as semifinais do Campeonato Colombiano. O curioso é que o time agora terá dois compromissos com 24 horas de diferença: na quarta-feira enfrenta o Santa Fe pelo certame nacional, e na quinta pega o Defensor pela Libertadores. Os uruguaios ficaram em primeiro lugar em um difícil Grupo 5 com Cruzeiro e Universidad de Chile, viraram o jogo contra o Strongest nas oitavas e chegam sem desfalques.

De olho nele

William Ferreira (Bolívar)

O atacante uruguaio, capitão da única equipe boliviana entre as oito melhores, é uma das grandes esperanças ofensivas do técnico Xabier Azkargorta. Aos 31 anos, ele está fazendo um grande torneio: com quatro assistências, tem o maior número de passes para gol entre os jogadores dos times que ainda estão na briga. Além disso, fez dois gols e sofreu o pênalti na histórica vitória contra o Flamengo.

O número

19 — Os anos que se passaram para que o Nacional de Medellín voltasse a jogar as quartas de final da Copa Libertadores. A última vez havia sido em 1995, com uma inesquecível equipe que tinha René Higuita, Víctor Hugo Aristizábal e Juan Pablo Ángel. Naquela edição, os colombianos foram vice-campeões ao perderem a final contra o Grêmio.

O que eles disseram

“Queremos seguir na briga, e por que não sonhar com a final. É preciso ter objetivos altos. Quem não sonha grande no futebol, tem uma mentalidade medíocre. E eu nunca fui medíocre.” Martín Palermo, treinador do Arsenal de Sarandí, sobre o desafio de classificar a sua equipe pela primeira vez às semifinais da Copa Libertadores

Os jogos:

Quarta-feira, 7 de maio

Nacional (PAR) x Arsenal (ARG)
San Lorenzo (ARG) x Cruzeiro (BRA)

Quinta-feira, 8 de maio

Lanús (ARG) x Bolívar (BOL)
Nacional (COL) x Defensor (URU)

Por FIFA

Sair da versão mobile