Primeira semana de vacinação contra HPV imuniza 1200 adolescentes em Foz

 

Mônica Nasser

A vacina contra o HPV já se demonstrou eficaz há alguns anos em vários países e agora, o Brasil inclui a vacinação numa campanha nacional para meninas de 11 a 13 anos, no sistema público de saúde. A imunização completa envolve três doses e esta é apenas a primeira fase.

Em Foz do Iguaçu, de acordo com Ângela Gonzales, coordenadora Municipal de Imunização, até quinta-feira da semana passada, cerca de 1200 meninas foram vacinadas contra o HPV. “É um bom número, uma boa participação, mas queremos vacinar mais de 5000 meninas nesta fase da vacinação”, concluiu.

Nos EUA e na Austrália, países pioneiros na vacinação contra o HPV, 2006/2007, tiveram uma redução de cerca de 60% no número de infecções e verrugas genitais causadas pelo HPV e outras doenças, com a implantação da vacinação contra o papilomavírus.

Para enfatizar a importância da imunização, o Ministério da Saúde reforça a divulgação nas redes sociais e na mídia. A vacina contra o HPV está sendo incluída no Calendário Nacional da Vacinação pela primeira vez. “Não deixem para última hora, pois nesta fase é somente meninas de 11 a 13 anos”, ressaltou Ângela Gonzales.

Hoje em Foz do Iguaçu, na faixa etária de 11 a 13 anos de idade, existem cerca de 7000 meninas, pelo menos 80% delas precisam ser vacinadas. A Organização Mundial de Saúde (OMS), autoridades sanitárias em todo o mundo e sociedades médicas brasileiras como a de pediatria e ginecologia e obstetrícia reiteram a importância da vacinação.

HPV

O HPV (papilomavírus humano) infecta a pele e as mucosas. Existem mais de 100 tipos diferentes de HPV, sendo que cerca de 40 tipos podem infectar o trato ano-genital (é considerada a doença sexualmente transmissível mais comum que existe). Pelo menos 13 tipos de HPV podem causar lesões capazes de evoluir para câncer incluindo o câncer de colo de útero. Os tipos 16 e 18 estão presentes em 70% dos casos de câncer do colo do útero e também na maioria dos casos de câncer de ânus, vulva e vagina. Já os tipos 6 e 11 não causam câncer, mas são encontrados em 90% das verrugas genitais.

– Estudos comprovam que 80% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas por um ou mais tipos de HPV em algum momento de suas vidas. Essa percentagem pode ser ainda maior em homens. 

– O HPV é a principal causa do câncer do colo de útero, terceiro tipo mais freqüente entre as mulheres, atrás apenas do de mama e de cólon e reto.

– Na maior parte das vezes, o organismo combate sozinho o HPV. Estima-se que somente cerca de 5% das pessoas infectadas pelo HPV desenvolverão alguma forma de manifestação. Dessas, uma pequena parte evoluirá para câncer caso não haja diagnóstico e tratamento adequado. O HPV tem sido associado, cada vez mais, a casos de câncer de boca e garganta, e em idades cada vez mais baixas.

– O uso de preservativo ajuda, mas não protege 100% contra o HPV, já que o vírus pode estar áreas que não estão cobertas pela camisinha. Qualquer tipo de atividade sexual pode transmitir o HPV, não apenas a penetração. E tanto homens quanto mulheres podem estar infectados sem apresentar sintomas.

– Não há tratamento específico para eliminar o vírus. O tratamento das lesões clínicas deve ser individualizado, dependendo da extensão, número e localização. Podem ser usados laser, eletro cauterização, ácido tricloroacético (ATA) e medicamentos que melhoram o sistema de defesa do organismo. Após ser tratada, a pessoa ainda pode voltar a se reinfectar.

(Fonte: Ministério da Saúde e OMS)

 

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