Tráfico de pessoas é tema da Campanha da Fraternidade

Mônica Nasser

Já é tradição todo ano, na época da quaresma, o lançamento da Campanha da Fraternidade. Este ano,2014, o tema é “Fraternidade e Tráfico Humano”.De acordo com o padre Ademar Oliveira, em 2003, no Protocolo de Palermo, na Itália foi destacada a temática do tráfico humano e dali surgiu à idéia da campanha. “Isto incidi em três frentes,  a mulher, o jovem e a criança e envolve trabalho escravo, exploração sexual e a extração de órgão, tráfico de órgão.É um tema polêmico urgente e que envolve o ser – humano, as vezes pensamos que não temos aqui, mas devemos lembrar que estamos numa tríplice fronteira”, concluiu Ademar.

No Protocolo de Palermo (2003), concebido no âmbito das Nações Unidas, o tráfico de pessoas (TP) se define como “o recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento de pessoas, recorrendo à ameaça ou uso da força ou a outras formas de coação,ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à situação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra para fins de exploração.

 O tema será trabalhado durante todo o ano nas paróquias e dioceses e se intensifica durante a quaresma. A Campanha visa ajudar na identificação das causas, denunciar as estruturas envolvidas no tráfico e reivindicar aos poderes públicos a reinserção destas pessoas promovendo ações de resgate e cidadania. Os materiais da Campanha da Fraternidade 2014 já estão disponíveis nas Edições CNBB. Diversos materiais como o manual, texto base, via sacra, celebrações ecumênicas, folhetos quaresmais, CD e DVD, banner, cartaz, entre outros devem ajudar para que os conteúdos da campanha sejam trabalhados nas escolas, com subsídios de formação voltados aos jovens do ensino fundamental e médio, além de encontros catequéticos para crianças e adolescentes.

 

Entenda o significado do cartaz:

1-O cartaz da Campanha da Fraternidade quer refletir a crueldade do tráfico humano. As mãos acorrentadas e estendidas simbolizam a situação de dominação e exploração dos irmãos e irmãs traficados e o seu sentimento de impotência perante os traficantes. A mão que sustenta as correntes representa a força coercitiva do tráfico, que explora vítimas que estão distantes de sua terra, de sua família e de sua gente.

2-Essa situação rompe com o projeto de vida na liberdade e na paz e viola a dignidade e os direitos do ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus. A sombra na parte superior do cartaz expressa as violações do tráfico humano, que ferem a fraternidade e a solidariedade, que empobrecem e desumanizam a sociedade.

3-As correntes rompidas e envoltas em luz revigoram a vida sofrida das pessoas dominadas por esse crime e apontam para a esperança de libertação do tráfico humano. Essa esperança se nutre da entrega total de Jesus Cristo na cruz para vencer as situações de morte e conceder a liberdade a todos. “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5, 1), especialmente os que sofrem com injustiças, como as presentes nas modalidades do tráfico humano, representadas pelas mãos na parte inferior.

4-A maioria das pessoas traficadas é pobre ou está em situação de grande vulnerabilidade. As redes criminosas do tráfico valem-se dessa condição, que facilita o aliciamento com enganosas promessas de vida mais digna. Uma vez nas mãos dos traficantes, mulheres, homens e crianças, adolescentes e jovens são explorados em atividades contra a própria vontade e por meios violentos. (Fonte: CF 2014).

 

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