Mostra de Direitos Humanos na América do Sul trás vários olhares

Mônica Nasser

A 8a Mostra Nacional de Direitos Humanos na América do Sul, realizada pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, em parceria com o Ministério da Cultura, vem acontecendo em todas as capitais brasileiras e no Distrito Federal desde o final de novembro, e Foz do Iguaçu esta no circuito. A Mostra acontece na Unila Centro (Sala Negra), todos os dias as 18hs, até o dia 21 de dezembro.

A programação conta com dezenas de obras audiovisuais sul-americanas – a maior parte contemporâneas e documentais compreendidas em eixos específicos, como a “Mostra Competitiva e Cinema Indígena”.  Assim como a Unila, outros 500 pontos de todo o país receberão o “Democratizando”, um projeto interno à Mostra, que tem a proposta de levar os filmes a diversos locais do país, como cineclubes, pontos de cultura, universidades, museus, entre outros.

De acordo com Ramon Fernandes, relações públicas da Pró-Reitoria de Extensão (Proex Unila), o objetivo de colocar películas sobre Direitos Humanos (DH) é popularizar a temática. “Na América Latina esta discussão ainda esta muito no começo e até pela passagem de muitos governos ditatoriais”. A mostra é promovida pelos alunos e professores do curso de Cinema e Audiovisual. Após a exibição dos filmes, os presentes podem participar de um debate e a entrada é gratuita.

Além da importância da temática um diferencial da Unila e da região é a possibilidade de promover debates  que trazem diferentes realidades de países da América Latina. “Na Unila é possível fazer esta discussão com vários olhares pela presença de alunos paraguaios, chilenos, bolivianos. Todos eles trazem as histórias recentes vividas por pais, tios e avós. Casa assunto, cada filme trás a oportunidade para nós brasileiros de encontrar semelhanças e buscar ter contato com as histórias de outros países”, finalizou Ramon.

Sobre a Mostra

A “Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul” tem o papel de disseminar e fortalecer a educação e a cultura em Direitos Humanos, especialmente de forma a alcançar os setores historicamente excluídos ou com menos acesso a bens culturais. Ela foi lançada em dezembro de 2006, com a finalidade de celebrar o aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, sendo exibida em quatro cidades. Aos poucos, foi sendo expandida e já chega, neste ano, a todas as capitais brasileiras e também ao interior do Brasil com o projeto “Democratizando”. A curadoria coube à Universidade Federal Fluminense, que selecionou 38 filmes de um total de mais de 150 inscritos. A Mostra também contempla a acessibilidade e terá filmes legendados para deficientes auditivos e com audiodescrição para deficientes visuais.
Confira as sinopses:

Brasília Segundo Feldman (1979, 22′): Os primeiros tempos de Brasília, no último ano de sua construção. Depoimentos de pioneiros e trabalhadores sobre aquele momento e as condições de vida dos candangos. A trilha sonora vale-se de gravações realizadas à época, proporcionando especial colorido ao filme.
As hiper-mulheres (2011, 80′): Temendo a morte da esposa idosa, um velho pede que seu sobrinho realize o Jamurikumalu, o maior ritual feminino do Alto Xingu (MT), para que ela possa cantar uma última vez. As mulheres do grupo começam os ensaios, enquanto a única cantora que de fato sabe todas as músicas encontra-se gravemente doente. Premiado no festival de Gramado com os prêmios “Especial do Júri” e “Melhor Montagem”.
Katia (2012, 75′): O documentário conta a história da primeira transexual eleita para um cargo político no Brasil. Além de mostrar como José transformou-se em Katia Tapety, o filme apresenta a trajetória política da travesti piauiense que lidou com o preconceito do pai na infância, mas hoje é respeitada entre seus conterrâneos. Ela foi a vereadora mais votada de seu município por três vezes consecutivas e chegou à vice-prefeitura da cidade de Colônia do Piaui, entre 2004 e 2008.
Doméstica (2012, 75′): Sete adolescentes assumem a missão de registrar, por uma semana, a sua empregada doméstica e entregar o material bruto para o diretor realizar um filme com essas imagens. Entre o choque da intimidade, as relações de poder e a performance do cotidiano, o filme lança um olhar contemporâneo sobre o trabalho doméstico no ambiente familiar e transforma-se em um potente ensaio sobre afeto e trabalho.
Caixa D’água: Qui-lombo é esse? (2012, 15′): O documentário relata, através de depoimentos de antigos moradores e de acervos fotográficos, a importância, no âmbito cultural e histórico, do bairro Getúlio Vargas, localizado em Aracaju, capital de Sergipe. A ênfase é dada à cultura negra e à presença do negro escravo e seus descendentes, com o resgate de assuntos relacionados à sua origem, oralidade, localização geográfica e consciência de sua identidade racial. O vídeo mostra que que, apesar dessa comunidade existir em uma área urbana, ainda mantém muitos aspectos da vida em quilombo dos antigos negros escravos do Brasil.

Programação em Foz do Iguaçu:

Dia 18/12/2013 (Quarta)

19:30 Brasília Segundo Feldman

20:30 As hiper-mulheres

Dia 19/12/2013 (Quinta)

18:00 Caixa D’água: Qui-lombo é esse?

18:40 Doméstica

Dia 20/12/2013 (Sexta)

18:00 As hiper-mulheres

20:00 Katia

 

 

Dia 21/12/2013 (Sábado)

15:00 Caixa D’água: Qui-lombo é esse?

16:00 Doméstica

18:00 Katia

 

Sair da versão mobile