Agentes vão definir se Sistema Prisional entra em greve após reunião com governo

Os agentes penitenciários vão se reunir para definir o rumo do Sistema Prisional. Durante a Assembléia Geral que acontecerá nesta segunda-feira (30), a partir das 16h, os servidores penais vão deliberar sobre proposta de greve dos agentes penitenciários. O encontro será na Praça Nossa Senhora de Salete, no Centro Cívico de Curitiba.

A proposta de greve dos agentes penitenciários ficou definida após Assembleia Geral realizada no dia 10/09, no acampamento da categoria montado em frente ao Palácio Iguaçu. Os servidores ficaram acampados nove (09) dias por um Sistema Prisional mais seguro e Humano e por reivindicações salariais sobre o reajuste do Adicional de Risco.

Durante o acampamento, representantes da categoria foram recebidos pelo secretário de governo, Cesar Silvestre, e pelo diretor da Casa Civil, Reinold Stephani. Silvestre e Stephani garantiram que os agentes penitenciários eram prioridade para o governo e que os receberiam até o dia 30 de setembro para conversar sobre a possibilidade de reajuste. Com essa resposta, os servidores suspenderam, provisoriamente, o acampamento e decretaram “estado de greve no Sistema Prisional” até a reunião com o governo.

A reunião do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen) com a equipe do governo foi confirmada, e em seguida, o sindicato convocou a Assembleia Geral para o mesmo dia (30/09). A conversa com o estado ocorrerá às 17h30, no Palácio Iguaçu.  Os representantes da categoria serão recebidos pela secretária da SEJU, Dra. Maria Tereza Uille Gomes; da SEAP, Dra. Dinorah Nogara; pelo secretário de governo, Dr. Cesar Silvestre; e pela Casa Civil, Dr. Reinold Stephani.

Após encontro com o governo, a categoria retomará a Assembléia Geral para decidir sobre o resultado da reunião. A categoria não descarta possibilidade de greve no Sistema Prisional do Paraná, caso o governo não dê uma resposta positiva.

O acampamento

O acampamento dos agentes penitenciários que entrou para a história do Paraná, como forma de mobilização, teve início no dia dois (02) de setembro e terminou no dia 10 do mesmo mês. O objetivo da manifestação foi por um Sistema Prisional mais seguro e humano. “O Sistema é fundamental para a segurança da sociedade e, para isso, é necessário que haja investimento para garantir a ressocialização do preso, para que o mesmo volte recuperado para a comunidade. Mas infelizmente, os investimentos e a ressocialização não estão acontecendo”, diz o presidente do Sindarspen, José Roberto Neves.

A categoria desenvolveu várias ações ao longo do acampamento, como a conscientização da comunidade para a importância do Sistema para a segurança da mesma. Além disso, os servidores penais participaram, pela primeira vez, do desfile de 07 de setembro. De forma pacífica, os agentes percorreram o trajeto do desfile com faixas e panfletos.

Reajuste

Os agentes penitenciários estão reivindicando um reajuste de 23,37% sobre o Adicional de Risco. Nos últimos anos os índices de morte de agentes penitenciários fora de serviço aumentaram. Entre 2007 e 2012, 10 agentes morrem por conta da profissão. Em 2013 quatro (04) morrem e outros dois ficaram feridos.

A onda de crime contra a vida do agente penitenciário aumenta o custo de vida do profissional. “Temos vários casos de agentes que saíram do bairro e foram morar no centro em busca de mais segurança; agentes que transferiram os estudos dos filhos para escolas particulares; aquisição de equipamentos de segurança para uso pessoal. O reajuste vai apenas suprir os gastos obtidos por medida de segurança”, explica o presidente do Sindarspen, José Roberto das Neves.

O reajuste já havia sido acordado pelo governo no mês de abril pela secretária Dinorah Nogara da SEAP (Secretaria da Administração e Previdência). Entretanto, o reajuste não foi cumprido e a negociação se estendeu sem progressos.

Panorama:

– 9 de fevereiro, uma agente penitenciária sofreu um atentado e foi baleada com um tiro na cabeça;

– 13 de fevereiro Valdecir Gonçalves da Silva, 35 anos, foi assassinado a sangue frio dentro da própria casa, em Curitiba;

– 18 de fevereiro Wilmar Antonio Prestes da Silva, 47 anos, foi executado próximo de casa, com seis tiros, em Curitiba.

– 26 de fevereiro, um agente foi baleado nas costas, em Curitiba;

– 30 de março Milton Cezar Luciani é encontrado morto dentro da PCE (Penitenciária Central de Curitiba);

– 22 de agosto Alessandro Martins se enformou dentro da própria casa. Segundo laudo médico da psicóloga que atendia o agente, o suicídio ocorreu devido ao alto nível de estres da profissão.

Os casos estão sendo investigados.

 

 

 

Redação com Assessoria

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