A alta do dólar ante o real nos últimos meses vem mudando os hábitos dos moradores da tríplice fronteira, que aproveitam a desvalorização da moeda brasileira para fazer compras em Foz do Iguaçu. Não é difícil perceber a “invasão” de paraguaios nos supermercados, postos de combustível e lojas da cidade brasileira. No caso da gasolina, a diferença de preço pode chegar até 80 centavos por litro.
O bairro mais procurado pelos vizinhos paraguaios é a Vila Portes, pela grande oferta de lojas de confecção e supermercados, além da proximidade com a Ponte Internacional da Amizade. Para as donas de casa paraguaias, os produtos mais vantajosos de serem comprados neste lado da fronteira são os de limpeza e lácteos.
O gás de cozinha doméstico também tem sido um bom motivo para atravessar a fronteira. Enquanto em Cidade do Leste o gás de 13kg custa cerca de 50 reais, em Foz do Iguaçu a mesma quantidade do produtos sai em média 30 reais. Para agradar a nova clientela, alguns comerciantes realizam promoções específicas para os estrangeiros.
O comércio de gás e gasolina não agrada os membros da Câmara Paraguai de Gás (Copagas) e a Associação de Proprietários de Postos de Combustível (Apesa), que consideram o comércio de um lado para o outro da fronteira como contrabando e concorrência desleal. Por sua vez, os moradores dizem que além de mais barato o gás e a gasolina brasileira tem melhor qualidade e peso exato.
Frutas e verduras também são encontradas por menores preços nas prateleiras dos mercados de Foz, que passam em grande quantidade de um lado para o outro lado da ponte. A fragilidade dos controles aduaneiros no Paraguai, permite a entrada em grande quantidade dos produtos hortifrutigranjeiro.
Fonte: Diário CDE