Contraponto debateu o problema da alcoolemia

Para os especialistas no assunto, o alcoolismo é o conjunto de problemas relacionados ao consumo excessivo e prolongado do álcool, entendido como o vício de ingestão excessiva e regular de bebidas alcoólicas, e todas as conseqüências decorrentes. O alcoolismo pode ser considerado, portanto, o desejo incontrolável de consumir bebidas alcoólicas numa quantidade prejudicial à pessoa, mas até hoje não existe uma substância psicoativa que iniba esse desejo.

O programa Contraponto desta quinta-feira, debateu o assunto com dois membros da organização Alcoólicos Anônimos (AA) de Foz do Iguaçu e o médico psiquiatra Dr. Nelson Mendes. Eles foram unânimes em dizer que além da pré-disposição para a alcoolemia, a pessoa também pode ser influenciada ainda na infância, seja pelo exemplo dos pais ou propagandas.

Para o Dr. Nelson Mendes, o próprio governo é conivente com o uso de álcool e acredita que campanhas contra drogas lícitas como fumo e álcool, dão resultado. “As propagandas são mentirosas, mostram jovens rodeados de mulheres, incentivando outros jovens que estão despertando para a sexualidade. Acho que temos que reprimir a bebida alcoólica, mostrar que o bêbado é desempregado e o casamento não aguenta. Não existe uma graduação para dizer que a partir daqui você é dependente”, disse o médico, analisando ainda que o alcoólatra não é aquele que bebe todos os dias, mas sim aquele não consegue parar de beber. “O alcoólatra, que é doente, não consegue parar”.

Para Édson, da Comissão de Trabalho do AA, o alcoólatra é o promotor do desespero. O alcoolismo é uma doença causadora da ansiedade e fobias diversas. “O vício é uma repetição do erro, não existe remédio, é preciso mudar o modo de pensar. Você sabe que está se tornando um alcoólatra, quando ao invés de dizer que no final de semana vai beber e passa dizer que todo o final de semana tem que beber”, analisou.

Nivaldo, que está sem beber a 20 anos e hoje é responsável pelos Serviços Gerais do AA, contou que não bebia simplesmente pela bebida, mas sim, pelo efeito causado pelo álcool. “Tomava cachaça porque custava mais barato e ficava bêbado mais rápido”, relatou.

 

Reportagem: Dante Quadra

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